segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Jesus é muito foda

Para compensar a falta de experiência da própria mãe sobre o assunto, Jesus é muito foda. Todos os caras queriam ser como ele. Todas as garotas queriam dar para ele. Sempre cercado de multidões.
Ele transformou água em vinho. Mas se quisesse, ele poderia transformar papel amassado em um baseado, açúcar em cocaína, ou MM's em anfetaminas. Ele vivia com prostitutas e, dizem uns e outros, inclusive se casou com uma. Ele foi muito foda.
A gente se acha o máximo quando acerta que tempo vai fazer no fim de semana, mas Jesus acalmava as tempestades quando queria. Literalmente não havia tempo ruim com ele. Jesus multiplica pães e peixes para alimentar as multidões!
Ele andou sobre as águas mas poderia ter nadado em terra firme. Ou seja um congestionamento não seria absolutamente nada para ele. Se você fosse cego ou coxo era só vir até Jesus e ele colocaria as mãos sobre você e te curaria. Isso é muito foda. Imagine a fila de aidéticos se formando apenas para ver um sorriso de comercial de pasta de dentes do cara!
Ele trabalhou no Shabat quando todo mundo dizia que isso era errado e todo dia ao lado dele era como um sábado ensolarado.
Ele ensinava pescadores a pescar e dava aula de religião para os altos sacerdotes. Tudo o que alguém sempre quis fazer ele podia fazer. De olhos fechados e sorrindo. O melhor em cada coisa, o exemplo dívino do que um ser humano poderia ser se quisesse de verdade. Ele poderia tocar guitarra melhor do que Hendrix, ele podia dizer o futuro ou fazer o bolo mais delicioso do mundo. Ele poderia ajudar Einstein a fechar as contas, ensinar Tiger Wood a jogar golfe e dar aulas de rima para o Eminem. Ele poderia dançar melhor do que Baryshnikov e poderia ser mais engraçado do que qualquer comediante que você conseguir pensar. Jesus foi melhor que o Elvis dois milênios antes do Elvis nascer. O quão foda é alguém que personifica Elvis antes do Elvis existir para então o Elvis virar um ídolo e homenagear o cara em primeiro lugar? Jesus foi muito foda.
Jesus chicoteava os vendilhões e conversava com samaritanos, mas hoje poderia armar um barraco na Universal e depois ir bater um papo com os traficantes e travestis da cracolândia. E ele ensinou muita coisa foda também. Ele falou sobre pacifismo melhor do que Gandhi e sobre secularismo melhor do que qualquer ateu. Ele ensinou coisas revolucinárias de uma maneira muito foda: “comam minha carne! Bebam meu sangue!”. Quem mais fez isso? Isso é muito louco, é louco pra cacete! Jesus é um animal! Ele é muito foda!
Tão foda e tão rebelde que algumas pessoas ficaram com ciúmes. Quem vive de medo teme que alguém fale em liberdade. Quem vive de ódio odeia que se fale de amor. Ficaram com tanta raiva e tanta inveja que tiraram sarro dele, o pregaram numa cruz, e o mataram. Mas cara, Jesus não é só foda. Ele é MUITO foda. É tão foda que ele morreu e ai voltou dos mortos pra dar um rolê com os amigos e as minas dele! Pode ter algo mais foda do que isso?
Ele morreu mas nem por isso ficou de bobeira como qualquer um faria, ele resgatou os mortos - os mortos, tem noção? Enquanto fazemos filmes onde saímos matando os mortos ele foi lá resgatar eles. Voltou para a vida e depois ainda subiu aos céus. Caraca! Isso é muito foda. Não é a toa que tanta gente medíocre criou tantas religiões em torno dele.








Fonte: Morte Súbita

Eu acredito em Deus

Mas não sei se o Deus em que eu acredito, é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro, o bispo ou pastor...
O Deus em que acredito não foi globalizado.
O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém.
É uma idéia, uma energia, uma eminência.
Não tem rosto, portanto não tem barba.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não está sempre no trono.
O Deus que me acompanha vai muito além do que me mostram as bíblias.

Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova.

O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.
O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos.
Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras. Nossa penitência é a reflexão.
Para o Deus em que acredito, só vale o que se está sentindo.
O Deus em que acredito não condena o prazer.
O Deus em que acredito não me abandona, mas me exige mais do que uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros.
A cruz pesa onde tem que pesar: dentro.
É onde tudo acontece e este é o Deus que me acompanha:
Um Deus simples. Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe tudo e vê tudo. Meu Deus é discreto e otimista.

Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: de um abraço numa amizade, uma música na hora certa, um silêncio.
O Deus que eu acredito também não inventou o pecado, ou a segregação de credo.
E como ele me deu o Livre-Arbítrio, sou eu apenas que respondo e responderei pelos meus atos.