segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tempestade interna

O vento aqui dentro não pára
Nem um segundo.
Nem um pouquinho


Ah se eu fosse um moinho...



Pensamentos...

Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opniões e pontos de vista com a verdade. A mente afirma : “As coisas são exatamente assim.” Você precisa ir além dos seus pensamentos para perceber que, ao interpretar a “sua vida” ou a vida e o comportamento dos outros, ao julgar qualquer situação, você está expressando apenas um ponto de vista entre muitos possíveis. Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos. Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todo unificado em que todas as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenos conceitos.


Por: Monica Carvalho. Uma flor.



Criatividade

Eu acredito que ainda existe gente criativa no mercado

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quer morar comigo?


Talvez seja coincidência, mas parte dos meus amigos, jovens e não tão jovens, anda às voltas, neste momento, com uma velha pergunta: será hora de juntar as roupas, rachar as despesas e começar uma nova fase?

Os motivos que levam ao movimento de unificação dos endereços são conhecidos. As pessoas descobrem, num dado momento, que passam mais tempos juntas do que separadas. Os pertences de cada um se movem, de uma casa para outra, em mochilas, sacolas, bolsas. É um saco. Gavetas que antes guardavam apenas cuecas ou apenas calcinhas transformam-se numa zona mista e conturbada. Objetos começam a sumir na confusão: meias, relógios, sandálias. A noite de domingo, quando tradicionalmente se faz a separação dos corpos, torna-se penosa, por motivos emocionais e práticos: quem quer fazer mala e levar tudo o que faz falta em casa? Quem quer dormir sem conchinha?




Uma alma romântica pode reclamar que estou reduzindo uma grande decisão afetiva a um punhado de questões cotidianas, mas não é isso. Eu já dou de barato que o romance existe. Só ele permite chegar ao estado de confusão de almas que antecede o morar junto. Quando ela vê na sua sala os programas de TV de que você não gosta, quando o conteúdo do nécessaire dela já se espalhou pelo seu banheiro, quando ela sabe, melhor do que você, onde a faxineira guarda a frigideira, o envolvimento está dado.

Ninguém deixa outro alguém entrar tão fundo na própria vida se não estiver apaixonado. Pode acontecer por curtíssimo tempo, mas é raro. As pessoas só admitem na vida delas quem passa pelo controle de imigração dos sentimentos. O passaporte que vale aí é a paixão. Uma ou outra personalidade autoritária (ou carente) pode forçar a barra por algum tempo, mas a artificialidade não se sustenta. Fica na nossa vida quem a gente quer que fique. Quando não há afinidade, carinho e desejo, os sinais de desconforto são mais óbvios que uma ambulância em disparada.

Posto que as pessoas se gostem e que a vida delas já está (voluntariamente) embaralhada, mesmo nos casos em que um não frequenta a casa do outro por n+y motivos, começa a discussão sobre viver ou não viver junto - que está longe de ser simples. Morar com outro, não se iludam, é uma mudança radical, que exige generosidade. Quem vive junto partilha o espaço e o tempo, às vezes mais do que gostaria. Os românticos dirão: mas é bom estar junto e fazer as coisas de mãos dadas. Nem sempre, eu diria, não para todos. Há pessoas que precisam de distância mesmo daqueles que amam. E quem adora viver grudado também sente falta de silêncio e solidão. O outro frequentemente pesa, e isso pode ser destrutivo para a relação. Namorar, mesmo intensamente, ainda é conviver com o que há de melhor no parceiro, por tempo limitado. Morar junto é abraçar o pacote inteiro, o tempo todo. Nem todo casal aguenta, nem todo mundo sabe viver assim. Unir os endereços pode significar, muitas vezes, separar as pessoas. Todo mundo conhece a história do namoro antigo de pelo menos 10 anos que explodiu meses ou semanas depois das pessoas mudarem para o mesmo apartamento. Acontece toda hora. 

Morar junto, ademais, atrapalha um lado importante da vida das pessoas, o da autonomia. No mundo ideal, todos deveriam viver algum tempo sozinhos. O suficiente para aprender a cuidar de si mesmos. Para lidar sem pânico com a solidão. Isso prepara para viver a dois. Quem morou sozinho sabe que é gostoso acordar numa casa vazia e perambular de cueca ou de calcinha sem ter de falar com ninguém. Não é como despertar abraçado na pessoa que a gente ama, mas também é bom – e tem de ser aprendido.

Há muito a ser dito contra e a favor da ideia de viver com alguém, mas o essencial é simples: a gente quer e não quer esse negócio. Uma parte de nós anseia por dividir, a outra quer ser dona de tudo – do tempo, do espaço, do corpo. Às vezes, prevalece a parte que deseja liberdade, então estar com outro nos oprime. Em outros momentos, predomina o desejo de ser dois, então dividir é uma delícia. Essa dicotomia, além de onipresente, me parece universal e insolúvel. Todo mundo tem dúvidas a respeito disso. As pessoas sonham com uma paixão tão arrebatadora que dissolva todas as incertezas, mas ela só existe com pelo menos 1% dos casais. Diante da possibilidade de dividir o teto com alguém, as hesitações aparecem. Sempre aparecem, por mais maravilhosa que seja a sua consorte, por mais intenso que sejam seus sentimentos.

Eu vejo dois jeitos de lidar com isso, que na vida real se misturam. O primeiro é racional: vá devagar, avance na medida do seu conforto interior, não tenha pressa e não se deixe pressionar (inteiramente) pelo desejo do outro. Converse. Não estar pronto não significa não gostar. Não querer agora não significa não querer nunca. Não há insulto em pedir tempo. Não há ofensa em ter dúvidas. Lembre: o outro lado também hesita, embora às vezes não diga, embora talvez nem perceba.

O outro jeito é emocional. Se atire, mergulhe, beije na boca. Você nunca vai ter 100% de certeza, então corra o risco, deixe-se levar pela correnteza. A vida é uma longa experiência e viver com alguém de quem se gosta não pode ser ruim. Aprende-se um monte: conviver, brigar, fazer amor, dividir. O melhor jeito de ser adulto é com uma mulher de quem a gente gosta. Uma das melhores maneiras de ser você mesmo é estar acompanhado com a tão desejada “outra metade”.

E se depois de 10 anos não deu certo, não era para dar. Sem drama. Ficaram as lembranças, e ganhou-se panelas.



Fonte: Época

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Branca de Neve que nada!



Queria ser como a madrasta!!!





...É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...


E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...


Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês…

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73…

Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa…

Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa…

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado…

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado…

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos…

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco…

É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal…

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social…

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar…

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador…

Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar…

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador…


(Ouro de Tolo, Raul Seixas)


Mais sobre espelhos: AQUI!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Futuro


Eu quero o silêncio das línguas cansadas,
Eu quero a esperança de óculos,
E um filho de cuca legal,
Eu quero colher com amor, a pimenta e o sal ...



segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Horário de verão

Segunda-feira... chovendo... ainda por cima acordo pra trabalhar pensando que ainda não amanheceu. 


Horário de verão. Da hora.









sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O mico da mediocridade

Estou meio depressiva, sem vontade, me sentindo inadequada. Aquela famosa sensação de ser uma águia andando numa bicicleta.


Não é por nada em específico, mas por tudo mesmo. Uma parte deve ser a consciência que vem com o aniversário, esse evento que nos deixa mais velhos a cada ano. Você começa a olhar "the big picture", começa a questionar o sentido da vida e das coisas. Começa pela primeira vez a se incomodar com o que os outros pensam... (A direção é "sempre em frente").


Mas também não é isso. Não é a "vida". A vida está boa. Acho que o problema é o sentimento em relação à "maioria" das pessoas. Eu não me identifico atualmente com essa maioria, por mais que eu tente.


Hoje, um amigo muito especial me disse que a graça da vida é sempre aderir, ver o que todo mundo está vendo, acompanhar o que todos estão acompanhando, ouvir as músicas que todos estão ouvindo. Mas aí eu vejo os assuntos mais lidos, as notícias mais procuradas, os programas de maior audiência, as músicas mais bombadas e... não me encontro em quase nada. Outro amigo me enviou uma poesia falando sobre mediocridade. O contexto era o mesmo. Um peixe fora d´água... uma avestruz andando de patins... sei lá...


Ok, uma coisa aqui e outra ali me diverte. Mas é como se eu não me encaixasse. A peça fora do jogo, a carta de mico. É isso, o mico da mediocridade caiu na minha mão.


Não estou fazendo parzinho com o mundo. Já se sentiu assim? Pois é assim que estou hoje. Ou melhor, ultimamente.


Eu olho as pessoas, os resultados, as medidas, os hits e fico com a impressão que o público parece criança pequena. Parece medíocre. Só quer comer cheetos o dia inteiro, não quer tomar banho, nem ir pra escola. Eu me sinto aquela mãe que quer que as crianças comam brócolis, estudem e vistam o casaquinho. Isso quando não mando todo mundo pro chuveiro.


Vai passar.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

‎#OccupyWallStreet

Eles questionam tudo, do sistema financeiro até a comida que ingerimos. Um movimento de questionamento e protesto surge nas web e nas ruas americanas. 






Como começou?

Na edição de julho a capa da revista do Adbusters trazia uma bailarina sobre o famoso touro de Wall Street convocando a todos para ocupar Wall Street no dia 17 de setembro. A ideia era levar barracas e acampar lá e protestar contra o sistema financeiro americano. E mostrar o descontentamento geral não só com a economia, mas com todo o sistema capitalista.  A tag era #OccupyWallStreet . O Adbusters registra o domínio occupywallstreet.org e o movimento começa. 


Aqui, mais um pôster sobre o movimento:


No dia 17 de setembro de 2011, mil pessoas se reunem em Wall Street. Veja a cronologia dos primeiros dias , que já está na Wilipedia.

A polícia tenta impedir a ocupação. A mídia não cobre os acontecientos. 

O primeiro jornalista a noticiar é Keith Olbermann, da Current TV. 

O gigante acordou??!!! Afinal, O mundo é do jeito que nós permitimos que ele seja...








FONTE: @rosana



Blog do Fernando - Coisa de velho

... e a gente ainda reclama rsrsrss!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Esse é dos meus

i-agora?


A morte de Steve Jobs entristece a todos que, como eu, se iniciaram no mundo da informática através de um Macintosh... que descanse em paz!

De certa forma o desktop publishing, como era chamada na época a informatização das redações, isso no final dos anos 80... início dos 90, mudou totalmente a minha vida.
Os departamentos de Arte passaram a ter uma maior importância dentro das redações.

Posso dizer que participei pioneiramente disso. Eu e o Mac nos demos muitíssimo bem. Naquela época, os softwares gráficos eram todos feitos para o Mac, que ficou conhecido como o computador dos designers. Lembro que, na faculdade, fiz um financiamento de um quadra 7200... e a prestação tinha o mesmo valor da prestação do meu primeiro carro. E a sensação de comprar o primeiro Mac foi a mesma que a do primeiro carro...

Hoje trabalho também com PC, mas nunca vou esquecer que foi um Mac que me fez ser o que sou hoje em dia...


Ele popularizou a inteligência.

Funcionalizou a beleza.



Seu discurso para os formandos de Stanford, revisto agora que ele morreu, nos ajuda a reposicionar a importância das coisas no nosso tempo de vida.

Foram muitas as capas de jornais no mundo inteiro. A que mais me tocou foi essa: