quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Então... em 2012

O pão vai cair com a manteiga pra cima!


Em 2011 eu planejei muitas coisas

Não planejo mais nada. 

Porque, você sabe: o homem planeja e D´us ri. 

Kkkkkkkkk!!!! 

Em 2011 eu pensei em fugir para...

SEMPRE. Foi como largar a cumbuca de sorvete pela metade e atender alguma vizinha faladeira na porta. Mesmo se der sorte de as formigas não invadirem a coisa derretida, é em vão devolver a delicinha pro mundo das temperaturas polares. Aquele sorvete nunca mais será o mesmo.

Meu documentário favorito em 2011...

O melhor filme que vi em 2011 foi...

The Shawshank Redemption


Meus parceiros de 2011...

Uma hora, você percebe que seu coração está muito longe de você. Espalhado em diferentes endereços, junto de gente que você jurou amar pra sempre. 

Em 2011 eu aprendi que não importa o que aconteça, algumas pessoas sempre estarão lá pro que der e vier.

Minha compra de 2011...

Tempo. Foi essa a maior compra do ano. Tava logo ali, entre as seções de “alguém pra pagar as contas” e “projetos a terminar”. Do lado, em promoção, um pacote de esperança. Comprei também. 

Isso foi em fevereiro e levou a grana do ano inteiro…  

Agora vou comprar umas caixas de atitude.

Meu MELHOR dia de 2011...

Acordar e o café da manhã estar pronto. Cesta de café no dia dos namorados. Ver filme deitada no sofá. Cosquinha. As taças de vinho. Flores. Cafuné. Massagem. Risadas. Restaurante árabe. Almoço surpresa no meio do dia. Umas cervejas por aí. Ser voadora. Reconhecimento. Hohohoho. Halloween. Dias de sol. Arraial do Cabo. Dormir até tarde. Ser promovida. Viajar no meio da semana. Beijos. As dancinhas descoordenadas. Matar as saudades todos os dias. Fotografar a bunda da garçonete. Ligações aleatórias. Presença. Todo esse amor.

O BOM de 2011 foi…

Descobrir a tempo que a falta de consequência só indica a minha falta de ação.

Em 2011 eu tentei...

Emagrecer, parar de roer as unhas, deixar de ser bagunceira com as minhas coisas, escolher uma alimentação mais saudável, blablablá blábláblá. Funciona durante um tempo, mas, ó, nasci pra isso não. 

Ademais, tentei continuar vivendo, mesmo que eu não saiba muito bem porquê, onde, quando, como, quem.

O PROBLEMA de 2011 foi…

Acho que eu não me esforcei o bastante. Comprei minha pipoca tamanho família e sentei pra assistir as coisas acontecerem, e, bem, o projetor deu umas travadas, eu botei a culpa no cinema e fui embora.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Magick


Quando fiz 30 anos, ao invés de perturbar minhas amigas com conversas sobre celulite e rugas, contei a elas que estava me dedicando à magia. Magick era algo que já estava latente em minha vida há algum tempo pois o conceito sempre esteve ligado à minha carreira profissional. Como assim, jornalista? Magia é, sob muitos aspectos, uma ciência da linguagem. 

Existe muita confusão sobre o que magia realmente é. Se você pesquisar os conceitos mais antigos descobrirá que magia sempre foi conceituada literalmente como A ARTE. E essa arte, seja ela escrita, pintura, escultura ou qualquer outra forma de expressão é literalmente magia.



 Sendo assim A Arte, como a magia, é a ciência de manipular símbolos, palavras ou imagens para operar mudanças de consciência. A verdadeira linguagem da magia trata tanto da escrita como da arte e de acontecimentos sobrenaturais, talvez sobre-naturais.
       

Um grimório, por exemplo, um livro de feitiços, é um modo extravagante de falar de gramática. De conjurar um encantamento. É uma das maneiras de manipular palavras para mudar a consciência das pessoas, inclusive do próprio. O locutor imposta a voz, dicção perfeita para dar a notícia no tom correto da emissora. Um escritor ou um artista são o mais perto do que poderíamos chamar de xamãs do mundo contemporâneo. Hã? Isso mesmo, pois antigamente, toda a cultura, todo o conhecimento era de domínio dos xamãs, a transmissão dos conhecimentos era oral, em muitas culturas não havia escrita.. Acontece que hoje em dia, o poder mágico de quem detém a cultura se degenerou ao nível do entretenimento barato e da manipulação. Eu considero isso a pior tragédia de todos os tempos. Magos multimídia das palavras e das formas...


Os xamãs da modernidade transformaram-se em publicitários que utilizam seus jingles, palavras mágicas, cores, sons para tranquilizar  pessoas, estimular o consumismo e torná-las mais manipuláveis. A caixa mágica da televisão pode fazer com que milhares de pessoas no planeta pensem nas mesmas palavras e tenham os mesmos pensamentos banais no mesmo instante.


E isso tudo funciona com a mesma intensidade da maldição de um mago, por exemplo. Ou com a mesma força da sátira de um bardo. Sendo assim, é triste constatar que os escritores da atualidade, aqueles que não são verdadeiros artistas, foram levados por essa onda publicitária. Eles aceitaram a crença de que a arte e a escrita são apenas formas de entretenimento. Não vêem a escrita e a arte como forças transformadoras que podem mudar um ser humano e uma sociedade. Basta acompanhar as inúmeras traduções e modificações que a bíblia sofreu ao longo dos tempos. Eles vêem suas obras como objetos os quais pessoas comuns precisam apenas consumir por 20 ou 30 minutos... enquanto não morrem... Oferecem ao público somente o que o sistema  quer que elas consumam.


Não percebem que não é função do artista dar ao público o que o público quer. Porque se o público soubesse o que quer, ele não seria público. Seria artista. 

E a função do artista é dar o público o que ele precisa, para crescer, evoluir, exercitar sua sensibilidade.


Na minha vida, tudo se tornou mais compreensível depois que passei a entender que arte e magia (arte real)  são naturalmente intercambiáveis. E é por isso que a arte sempre foi o meio pelo qual consigo expressar minhas idéias mágicas, mudar estados de consciência e levar diferentes pessoas a diferentes lugares e diferentes níveis.


Penso que todos deveriam se aprofundar na história do pensamento mágico. E no entendimento das causas da degradação dessa corrente. Deveriam aprender mais sobre a origem da magia nas cavernas, no xamanismo, no animismo, na crença de que tudo que nos rodeia, cada árvore, cada rocha, cada animal, é habitado por algum tipo de essência, com um tipo de espírito no qual talvez possamos nos comunicar. E nos xamãs, nos visionários, que eram capazes de canalizar as idéias úteis para a sobrevivência do coletivo. Do outro lado do mundo os Taoístas faziam o mesmo ou bem parecido..


A verdadeira consciência universal é o entendimento de como a relação entre os homens e seus EUs superiores deixou de ser direta por causa do cristianismo/monoteísmo, onde a casta sacertotal movendo-se entre o adorador e o objeto de adoração virou uma espécie de gerente intermediário entre humanidade e divindade, e que cobra muito bem por seus serviços. E isso tudo fez o homem moderno mergulhar nas drogas e no alcoolismo ou em qualquer outro vício que a cultura atual nos impõe e que destrói qualquer tipo de conexão.


















FONTE: The Mindscape of Alan Moore

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Olhar Novo!

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e o AGORA. Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...


Mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? 


Quero viver bem. O ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal.


Às vezes se espera demais das pessoas. Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor machucou. Normal. O próximo ano não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança? O que eu desejo para todos nós é sabedoria!


E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim... Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria três, a dos colegas. Ou mude de classe, transforme-o em conhecido. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.


O nosso desejo não se realizou? Beleza, não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento. E nunca se esqueçam da frase que adoro: CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE...


Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes. Desejo para todo mundo esse olhar especial. O próximo ano pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro. O próximo ano pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... ou... pode ser puro orgulho. Ou puro comodismo e preguiça de mudar. Depende de mim, de você. 


Pode ser. E que seja!!!


À todos um Feliz Natal e um Feliz Olhar Novo!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Justiça ou vingança?

 Evitei ver o vídeo da mulher que matou o cachorrinho a pancadas de todas as formas. 

Mas... e agora que já aconteceu, o que queremos, de verdade? Justiça ou vingança? 

Queremos o que dessa pessoa? Fazer com ela o que ela fez com o cachorrinho? Liberar nossa crueldade justificada e ficar imaginando torturas hediondas para ela? É essa a nossa perspectiva de justiça? Li nas redes sociais muita coisa absurda que mostra que não somos diferentes em nada dos que levantavam seus dedões no Coliseu para dizer quem deveria morrer e quem deveria ser poupado. 

Confundir justiça com 'likes" do Facebook numa página de vingança é simplesmente inventar a barbárie em versão online.




Sentimento inefável

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Amor... ah amor...

O Amor não é algo que chega de repente e parece durar para todo o sempre. O nome disso é segunda-feira. Amor é outra coisa.



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Serumano curioso

Querem saber como o “serumano” é tão curioso sobre a vida alheia? Vou lhes mostrar: Terça foi um dia complicado, intenso e dolorido. Ah... não. Foi um dia maravilhoso, divino e colorido. A parte do dolorido eu não vou comentar, pra não sofrer mais. A parte do complicado não vale a pena. Vamos ficar com o intenso e com o colorido, que é o melhor pedaço. Quer detalhes?


Conto naummm... ainda não.


Quarta foi dia de tomar na cara, bebê. Estava com o poder de Midas, só que ao contrário. Tudo o que eu tocava virava agouro. Ok, estou exagerando. Mas foi um dia nublado pra mim, torto mesmo. Não sei como não me enforquei no caminho até o trabalho, porque os fios dos fones de ouvidos engancharam na alça da bolsinha, que por sua vez se enroscaram no fio do crachá, que estava preso no colar de continhas. Cheguei na portaria do prédio amarrada pra embrulho.


A maldita ponte sem calçada que atravessei para chegar num seminário às 8h da manhã estava lotada de gente. Eis que no meio da escada, no hall de entrada pro Seminário, enquanto eu cantava 'vou ficaaarrr, ficar com certeza maluco beleza', a alça da bolsa estourou. De forma tal que não havia possibilidade de conserto. Amarrei a bolsa com a alça e continuei, vermelha de sol (não trouxe os óculos escuros), morrendo de calor e com a bolsa na mão. Apesar dos pequenos incômodos tive três momentos interessantes: encontrei a minha irmã no seminário e recebemos uma boa notícia sobre um processo que estava parado há anooos. Quer saber sobre o terceiro momento? Conto naummm... ainda não.


Quer saber como será a minha quinta-feira? Conto nauumm... ainda não. Ta vendo como o “serumano” é curioso?


Baaahhhh.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Infinito

O infinito é realmente um dos deuses mais lindos! 

Já não me preocupo se eu não sei porque
Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê!



E eu quero o mesmo que você

Solidão

O que será solidão?
É o ato de estar só?
É o fato de se sentir só?
É só sentir-se na multidão?
Será solidão de sol derivação?
Se for não é por seu brilho
Só talvez pela solidão do sol
Único vital e majestoso
Mas ao contrário deste “big star”
Querem todos sempre dela escapar
Alienando, nos juntando, nos separando
Nos amando e nos desamando
Numa constante insatisfação
Talvez solidão até possa ser
Não ser amado
Ou não amar outro ser
O que mais pensar, o que mais dizer...
Nem sempre ruim, as vezes é boa
Em qualquer lugar acontece, inesperadamente
Sempre vem quando ficamos à toa
Desaparece quando estamos numa boa
No meio da rua ou contemplando-se a lua


Eis um dos mistérios do saber viver


Aliada fiel ou inimiga cruel
Talvez ambos, os dois, simultaneamente
Reconhecer, compactuar... Conviver
E tão simples é a opção
Entre o conviver e o sem viver
Já que não se vive sem solidão
Com viver é a opção.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Machismos e achismos

Machismos e achismos a parte, ilustração sensacional. 


...mas me faz refletir se muitos dos ateus também são tão machistas quanto as religiões que eles tanto desprezam. Sim, é falta de informação ou machismo, tipo, eu sei muito mais sobre Tyson do que sobre Hipatia, e o Tyson que eu não faço a menor idéia do que ele fez de importante e... não chega aos pés do pouco que sei sobre Hipatia, entendem? 


Ah, e gostei do Freud na posição do Judas rsrsrs. Enfim, gostaria de mais mulheres aqui


... são tantas...



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Reflexão

Caro executivo, reflita. 
Se você ainda acha que tem boa capacidade de adaptação veja então esse bicho. Ele é quase um relógio Champion...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Natalize-se!


Não é preciso crer em fadas, duendes, Cristo ou Paraíso. Não é preciso, igualmente, supor que exista motivação eterna, felicidade plena e dias de pura sorte. Basta coçar a mão no bolso, pegar o décimo terceiro salário e sair comprando tudo o que vê pela frente. As lojas já estão abarrotadas de pisca-piscas e tudo a partir de hoje é bandeira-dois. 


Ai meus sais.... dêem-me o nirvana do entendimento natalino!!!


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Se você é jovem, verifique os fatos!


Sem mega produção, sem gente "famosa", sem atores (apenas estudantes da UnB). Sem manipulação, sem desinformação. Não fique aí parado, você é "enganado" era um slogan muito gritado em manifestações contra a ditadura militar... 


O mais importante é a discussão... as pessoas andam muito radicais.. contra discussão.. contra a argumentação... e você, jovem, deve sempre pesquisar...


Conversar e discutir ideias é crescer! Não é necessário escolher um lado rapidamente logo que uma questão aparece... vamos pesquisar.. e não só aceitar informações sobre vídeos do youtube.



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mais uma semana


Não sei quem disse que as horas se arrastam, mas os anos voam. Parece ser verdade. 
Sinto que perdemos totalmente a noção do tempo, aquele tempo linear, que passava compassadamente como o tique-taque do relógio. As multitarefas, as abas do navegador, os compromissos e pensamentos simultâneos mudaram tudo. Já não sei mais sentir as horas e os dias. Tudo virou um aglomerado de compromissos e eventos sobrepostos.


Minha vida está boa, estou bem obrigada. As queixas são poucas e, em geral, repetidas. Tenho extrema dificuldade de aceitar que o mundo é como é e que as pessoas são como são.


Mas...que pessoas? Eis o problema. Dou importância para pessoas desimportantes que dizem coisas ruins e deixo de dar atenção para algumas pessoas relevantes que têm coisas boas a compartilhar. 


Além disso, tenho essa permanente indignação com a 'média' das pessoas e fico inconformada com coisas bobas, como os clichês, os tios do pavê, as gírias velhas, o fato das pessoas gostarem tanto de bobagens. Como disse no sábado, ouvindo Zé Ramalho, numa tentativa de debate da madrugada numa mesa de barzinho muuuuiito legal, o mundo quer comer baconzito e eu quero oferecer rúcula. Muito parecido com o que muitos professores sentem, que querem ensinar matemática ou literatura para alunos que só querem assistir vídeos toscos do YouTube.


Um amigo na mesa do bar falou de "ensino tangencial". Você finge que está brincando e, dentro da brincadeira, coloca conteúdo. Seria como criar um game que se passa num determinado período da história. A criança está jogando, mas está aprendendo história. É o método de colocar rúcula dentro do doritos.


Estou falando metaforicamente, claro, mas muita gente deve sentir isso. Os escritores, por exemplo. Você quer publicar livros, mas livros exigem que o consumidor leia. Nem todo mundo sabe ler. Entre os que sabem, nem todos têm o hábito de ler. Entre os que têm o hábito, poucos tem poder econômico para comprar. E dos que sabem ler, têm o hábito e o dinheiro, raros vão optar pelo seu livro. Ou seja, é difícil. O mesmo vale para aulas, peças de teatro, espetáculos de dança, etc. O resultado é aquele que todo mundo sabe, quem oferece coisas mais óbvias e que atingem a massa conseguem mais sucesso e dinheiro.


A solução? Fazer o que você quer, o que você é e lembrar que dinheiro não é tudo, sucesso é relativo e cada um tem seu alcance e seu mercado.


E assim, com o espírito preparado inicio mais uma semana acordando cedo e de mau humor.


Sou feliz e agradeço por tudo o que a vida me deu até aqui.


Boa segunda.








Fonte: @rosana

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O unicórnio

Criatividade é

...ver novas possibilidades no mundo das disponibilidades.
Quer um exemplo?
Olha que coisa incrívelmente criativa: a pessoa virou a forma do lado contrário e criou biscoitos em forma de forminhas!

Enfim, uma ideia simples de quem consegue enxergar além do que é.

A dica foi da @rosana. O link aqui

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Agora só no ano que vem


Eu queria saber escrever o quanto estou feliz, transbordando também as palavras. Foi um ótimo dia de aniversário. Na verdade foi mais que especial do início ao fim. Receber o carinho de todos aqueles que fizeram (cada um da sua maneira) um pouquinho que seja pra me alegrar me dá certeza de que amar vale MUITO a pena. Sempre.






Foi um ótimo dia de aniversário. Cheguei um casa feliz da vida e ao virar a chave... uma festinha surpresa do marido. Melhor impossível. Ganhei muitos presentes, flores, parabéns. Bia me deu um sabonete lindo de sal grosso (rsrs!) divino. Ganhei também um mundo de chás com direito a uma xícara que tem como asa duas... asas! Coisa linda. Ganhei vinhos, brincos, vasos, chocolate, enfim, nem dá pra lembrar de tudo.


No domingo, passeio ensolarado com amigos e as crianças na pracinha do Grajaú. Enfim, foi muito bom. 


Não preciso de muita coisa pra ficar feliz. Só de amor. Muito amor. É bom demais ser querida.


Obrigada por tudo, de verdade.


Aniversário agora... só no ano que vem.



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Como assim em 18 de nov?

Como assim? Abri a capa do jornal e não vi nenhuma manchete avisando que é meu aniversário! Como assim??? 


Tudo bem, eu entendo. 


Eu imagino mil razões pro vazamento de óleo no Rio estar lá e eu não! 


Enfim... depois eu volto. 


Sacumé, a sala está cheia e ganhei um café da manhã dos meus amigos do trabalho. 


Vou ver se dá pra fotografar... 


Tudo com sabor especial. Sabor carinho. 


Amei, meninos! ;-)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Esse menino

Esse menino de sorriso largo
Aberto, franco, bonitinho
Que faz do meu peito seu ninho
Poucos sabem de seus olhos
Tão claros, serenos, limpos
Ele que corre e se esconde
Ele que se mostra e desconfia
Que acredita e sonha com tudo
Ah, esse menino traquina!
Que faz do meu colo moradia
Sem cerimonias, vai entrando
E lá dentro fica
Faz bagunça, dança, canta
Minha cabeça toda revira
Logo, sobre o meu ventre se aninha
E me afaga, me acarinha
Ah, esse menino!
Faz do meu coração
Lar de letras e poesias.


Por Wagner LopeS

sábado, 5 de novembro de 2011

Faça o que é melhor pra você

O que você quer, viver muito e feliz ou ficar doente e morrer cedo?
Então porque você, eu, todo mundo, faz tanta coisa pra cair na segunda opção?
Cada vez que você come uma fritura gordurosa um panda bebê vive um dia a mais e você, um dia a menos. Se a gente tem tanta informação, sabe que não pode se entupir de porcaria, por que a gente faz mesmo assim?
Porque é gostoso. Porque na hora parece bom. Porque a gente inventa que "eu tive um dia ruim então eu mereço comer um monte de doce". Qual a lógica? Porque você teve um dia ruim você MERECE ter uma saúde pior?
Tudo errado.
Desejo vem e passa. Nem todos os desejos são legítimos. Alguns são. Mas quando você deseja ou se vicia em algo que faz MAL pra você, tem que reconfigurar a cabeça.
Você sente desejo de fumar. Fumar é bom? Não. É ruim. Mata. Então tem que mudar o desejo.
Nossa sociedade é toda baseada em rapidez, em economia de tempo, no imediatismo. Comida pronta, fast food, tudo já meio feito, pré-moldado, pré-fabricado. A gente quer tudo na hora. Agora. Já. Só que quando você come uma bobagem ou fuma algo que mata pra aplacar o desejo de momento, ganhando tempo, você está justamente abreviando o tempo de vida!
Quando as coisas começam a não fazer sentido temos que parar tudo e começar de novo, do zero, tipo faxina, cadeiras com pernas pro alto pra ver a sujeira melhor. Hora de bater tapete.
Por que você consome tanto a vida alheia? Tanta fofoca? Tanta bobagem e lixo sobre pessoas que não interessam? Vício. Porque você quer se integrar ao mundo sem nexo das pessoas que estão fazendo a mesma coisa. Sim, observar a vida alheia, inclusive na ficção, tem função social e até fisiológica. A gente aprende por emulação, observação, copiando ou usando outro como exemplo ou contraexemplo. Mas não é só isso. Eu acho que caímos no crack da fofoca qualquer. Que me interessa se o ator de Hollywood ou o repórter de futebol é gay ou não? O que eu vou fazer com essa informação? Só UMA coisa. Aumentar, propagar o preconceito. Ainda mais quando o fulano é ARRANCADO do armário.  Não, não é crime, não é proibido, imoral. É só burro. Tempo jogado fora e não investido em sua vida.
O problema é que pra parar com tanto lixo e tomar conta da própria vida de maneira decente precisa de uma coisa mais difícil do que dinheiro: consciência. E além da consciência ainda tem que ter motivação, força de vontade, coragem. Tudo difícil. Melhor sentar no sofá, ver fofoca e comer pipoca, né? Pode, é bom, gostoso. Mas fofoca é TEMPERO da vida não é refeição. Quem só vive de procurar fofoca o dia todo na Internet está almoçando orégano! Não pode ser bom.
Claro, se a pessoa quer jogar sua vida no lixo, problema dela. Mas se a obesidade de cada um também é um problema pessoal, por que o mundo todo quer combater a obesidade? Porque sai caro pro governo, diminui a produtividade. Mesma coisa pro excesso de consumo de coisa trash, de porcaria, de coisa que nem lazer é. Coisa que a gente vê, consome só pra gerar raiva, ódio, indignação, escárnio. Eu não aguento mais tanto escárnio, tanta gente usando o chorume pra poder se sentir superior a ALGUMA COISA. Tristeza, viu.
E o que fazer? Começar uma proposta pessoal de reeducação midiática. Ninguém vai conseguir de cara, mas tem que tentar. Toda vez que você estiver clicando em bobagem, lendo tolices da vida de gente que não tem nada com sua vida, pura fofoca sem nexo, pare e pense: eu poderia usar esse tempo pra mim, pra aprender alguma coisa, ler, me divertir de um jeito bacana. Fazer alguma coisa por MIM. Isso, trocar as tolices por um pouco de egoísmo.
Porque, né, pra que ficar falando, promovendo, comentando (falo isso pra MIM também!) da Mulher Caroço? Se ela é tosca, fake, tonta, sem noção, se tem um assessor analfabeto, o que isso vale pra alguém? Ah, eu sei. Você se sente MELHOR e SUPERIOR à mulher caroço. Nossa, que coisa, hein? Você é supimpa! Melhor que a mulher caroço, mais alfabetizada que seu assessor? Como somos sensacionais! Ah, por favor. É muito pouco. Vamos ser mais dignos e ambiciosos para com nossas capacidades.
Antes de terminar, sim, é verdade. Cada um faz o que quiser. Eu também estou fazendo o que quero. Estou aqui, enfrentando minhas contradições, pregando uma ideia que mal consigo realizar (mas tento sempre), dando a cara pra bater, começando uma coisa e divulgando algo em que acredito. Faça mais por você. Faça coisas boas por si mesmo. Coma melhor, economize dinheiro, viaje, conheça o mundo, sinta prazer, aprenda, ame, tente, erre, acerte. Mas pare de se interessar só pela vida alheia, só por gente que não traz nada, só pra passar tempo. O tempo passa anyway. E o máximo que você vai conseguir é continuar sem grana e enriquecer os que promovem todas essas tolices.
Fofoca, bobagem, tolice, tudo tem que existir, faz parte. Mas é tempero. Consumir tudo isso sem parar, em excesso, como vício, faz tanto sentido quando comer uma xícara de sal. Ou de açúcar.

E, também, se você quiser comer uma xícara de sal com óleo,ok, a vida é sua. Cada um na sua. Era só um toque. Não quer, não pega.
Beijos, boa sorte.
@rosana

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Os três estados do comportamento humano


É difícil dizer se o mundo sempre foi como é ou se e a Internet está nos oferecendo o espelho para vermos como sempre fomos ou se, de fato, a vida online em rede está mudando nosso comportamento. Meu melhor amigo acha que o ser humano sempre foi como é. Eu acho que as novas possibilidades de interação estão reconfigurando os cérebros e mudando radicalmente o comportamento das pessoas.


A primeira pergunta que surge é... mas está mudando pra melhor ou pra pior? Pra diferente. Se está mudando é porque está diferente, não sei se cabe o julgamento de melhor e pior. Vou fazer um modelo bem simples pra explicar o que eu sinto. Vou desenhar.



Image32 Os três estados do comportamento humano



Durante séculos o mundo ocidental teve padrões rígidos de comportamento. Esse padrões ainda existem em muitas sociedades e instituições. As religiões ortodoxas, por exemplo, têm regras fixas  para todos que vão desde a alimentação até a indumentária. Você nasce, cresce, morre, seguindo regras estabelecidas e perpetuadas por tradições e dogmas. É um estilo de vida e muita gente se sente mais segura assim. A opção é individual. Pra mim, por exemplo, não serve. Eu adoro a liberdade.


Esse 'estado sólido' social ainda existia até os anos 50 no mundo ocidental. Criança não tinha opinião, o que os pais diziam era lei, professora repreendia aluno com punições e até castigos. Tudo era muito estruturado e rígido. O conceito de sexo só depois do casamento era muito difundido. Vivíamos uma espécie de 'era do gelo' no sentido do estado sólido da água. Tudo era quadradinho, ou melhor, cúbico.


Os anos 60 chegaram derretendo tudo. Política, cultura, religião, sexo, tudo foi questionado e alterado de forma estrutural. Foi uma década de revoluções onde todos os conceitos rígidos se fluidificaram.  A temperatura aumentava sem parar. Derretíamos e fervíamos. Viramos um caldeirão em ebulição, com guerras, homem na lua, movimento hippie, estudantes nas ruas em Paris em 68. O mundo rígido ainda reagia, tentando manter e criar solidez. Em 1961 o muro de Berlin 'brotou' quase que da noite pro dia. Anos depois caiu ao chão.


A sociedade mais fluida e individualizada, livre de algumas amarras da estrutura cristalina, começou a se espalhar. Nos anos 70, 80 o desejo humano pessoal, o individualismo pareceu crescer como conceito. O 'cooper', a cultuação da imagem, a moda, o desejo pela forma física perfeita, o sucesso, passaram a ocupar nossas mentes. Aqui no Brasil a transição da ditadura militar para a democratização abriu portas para a popularização da cultura. Os anos 80 foram uma grande sopa de diversidades que até hoje nos atrai. 


Ser fluido parece sempre muito melhor do que ser rígido, no final das contas. Gente queria brilhar, até no lurex da meia. Queríamos dançar, abrir nossas asas, soltar nossas feras e cair na gandaia. Esse era o espírito da coisa.


O tempo passou e  a sociedade rádio-televisiva que começou nos anos 50 e perdurou até o começo dos anos 90 (e ainda é MUITO poderosa) foi tomada de assalto por uma novidade mundial, a Internet. Nos anos 90 a World Wide Web conduziria a civilização para um novo estado. A partir de 1995, quando começou a Internet comercial no Brasil, a espetacularização da vida começou a contaminar cada cidadão, cada indivíduo. É comum ouvir de especialistas em comunicação que o produto mais revolucionário das últimas décadas foi o Reality Show. Começou um novo processo, caiu mais um muro, o da privacidade individual.


Se antes, como bem colocou Tutty Vasquez, as pessoas se preocupavam com a invasão da privacidade, hoje elas lutam pela evasão da privacidade. Elas querem expor sua vida, em busca de um objetivo maior, a fama. O que todo mundo quer hoje? Ser famoso. E para ficar famosa a pessoa aceita pagar qualquer moeda, até com o trocadinho da intimidade mais escondida. O que conta é o objetivo final. Aquela maxima horrorosa do 'pagando bem que mal tem', como se tudo de fato tivesse um preço e como se todas as pessoas estivessem dispostas a vender qualquer coisa pagando qualquer moeda, apenas para ganhar atenção. A série Glee definiu bem o zeitgeist: "anonimato é a nova miséria". O medo não é mais de uma guerra mundial, mas do anonimato. Somos um exército de seres inseguros que querem carimbar o passaporte da existência com qualquer conquista de atenção.


E foi assim, com um aquecimento global no sentido metafórico, agitados por tanta informação e pressa, vivendo em comunidades de proporções de formigueiros online, viciados em ócio criativo e fofocas maledicentes que atingimos o terceiro estado  social: o estado gasoso.


Hoje somos todos moléculas em movimento browniano, agitadas e perdidas, ziguezagueando pelos ambientes que nos contém, gases em permanente expansão, vazando por todos os lados. Informações vazam, vídeos vazam, segredos vazam. Vazamos todos, até intencionalmente. É comum vermos o desespero do ex-anônimo, muitas vezes catapultado para a fama instantânea por um Reality Show, um vídeo viral, um meme, que se debate para se manter em movimento no gás. A molécula não quer voltar para seu estado de repouso, quer agitar e faz qualquer coisa pra se manter na agitação. Contrata a vizinha como assessora, cria factóides ininteligíveis e consegue mais uma migalha de destaque da mídia e do público. O desespero da sobrevida, a pena leve que tenta se manter no ar buscando pequenos sopros da audiência para evitar a inevitável queda ao chão pela força da gravidade.


3forms Os três estados do comportamento humano



Hoje, nas redes sociais, como o Facebook e o Twitter, podemos sentir essa natureza gasosa facilmente, que ocupa todas as brechas e, em alguns casos, entra em rápida combustão, socialmente traduzida para 'histeria coletiva'. Um idiota empurra uma repórter que estava fazendo seu trabalho. O caso se alastra como uma explosão de bueiro. Pessoas se desesperam para produzir e reproduzir informações sobre a cena. Eu mesma fiz isso, junto com a onda.  O Twitter explode como um bueiro e o assunto vai para o topo dos Trending Topics. Subitamente somos todos hienas lutando por um pedacinho da carniça. Que deselegante. Em algumas horas já estamos falando da vida sexual de outro famoso. Ou de um barraco interno da própria rede.  Novo assunto, mesmo comportamento. Somos a multidão gritando 'vaza! vaza!' pra toda informação, exatamente como os transeuntes que gritam 'pula' para o desesperado no alto do prédio querendo acabar com sua vida.


Nossa maior incoerência, na minha opinião, é acreditarmos em tudo que 'vemos' como se a imagem fosse a verdade, justamente num momento em que SABEMOS de todas as ferramentas de photoshop, edição, que alteram as imagens e, portanto, criam novas realidades. Nossa maior contradição é não sabermos discernir mais nada, justamente numa época em que temos acesso a quase tudo.


Somos isso, seres moldáveis e mutantes, conduzidos por forças externas. As condições de pressão, temperatura e até a mídia definem nossos estados.


E as perguntas se repetem: ser gás é melhor ou pior do que ser água? Melhor ou pior do que ser gelo? Não sei se cabe o julgamento. Porque no fundo o ser humano é isso, sempre a mesma água.




PS - 'bora lá tentar o plasma...






Fonte: @rosana

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tempestade interna

O vento aqui dentro não pára
Nem um segundo.
Nem um pouquinho


Ah se eu fosse um moinho...



Pensamentos...

Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opniões e pontos de vista com a verdade. A mente afirma : “As coisas são exatamente assim.” Você precisa ir além dos seus pensamentos para perceber que, ao interpretar a “sua vida” ou a vida e o comportamento dos outros, ao julgar qualquer situação, você está expressando apenas um ponto de vista entre muitos possíveis. Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos. Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todo unificado em que todas as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenos conceitos.


Por: Monica Carvalho. Uma flor.



Criatividade

Eu acredito que ainda existe gente criativa no mercado

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quer morar comigo?


Talvez seja coincidência, mas parte dos meus amigos, jovens e não tão jovens, anda às voltas, neste momento, com uma velha pergunta: será hora de juntar as roupas, rachar as despesas e começar uma nova fase?

Os motivos que levam ao movimento de unificação dos endereços são conhecidos. As pessoas descobrem, num dado momento, que passam mais tempos juntas do que separadas. Os pertences de cada um se movem, de uma casa para outra, em mochilas, sacolas, bolsas. É um saco. Gavetas que antes guardavam apenas cuecas ou apenas calcinhas transformam-se numa zona mista e conturbada. Objetos começam a sumir na confusão: meias, relógios, sandálias. A noite de domingo, quando tradicionalmente se faz a separação dos corpos, torna-se penosa, por motivos emocionais e práticos: quem quer fazer mala e levar tudo o que faz falta em casa? Quem quer dormir sem conchinha?




Uma alma romântica pode reclamar que estou reduzindo uma grande decisão afetiva a um punhado de questões cotidianas, mas não é isso. Eu já dou de barato que o romance existe. Só ele permite chegar ao estado de confusão de almas que antecede o morar junto. Quando ela vê na sua sala os programas de TV de que você não gosta, quando o conteúdo do nécessaire dela já se espalhou pelo seu banheiro, quando ela sabe, melhor do que você, onde a faxineira guarda a frigideira, o envolvimento está dado.

Ninguém deixa outro alguém entrar tão fundo na própria vida se não estiver apaixonado. Pode acontecer por curtíssimo tempo, mas é raro. As pessoas só admitem na vida delas quem passa pelo controle de imigração dos sentimentos. O passaporte que vale aí é a paixão. Uma ou outra personalidade autoritária (ou carente) pode forçar a barra por algum tempo, mas a artificialidade não se sustenta. Fica na nossa vida quem a gente quer que fique. Quando não há afinidade, carinho e desejo, os sinais de desconforto são mais óbvios que uma ambulância em disparada.

Posto que as pessoas se gostem e que a vida delas já está (voluntariamente) embaralhada, mesmo nos casos em que um não frequenta a casa do outro por n+y motivos, começa a discussão sobre viver ou não viver junto - que está longe de ser simples. Morar com outro, não se iludam, é uma mudança radical, que exige generosidade. Quem vive junto partilha o espaço e o tempo, às vezes mais do que gostaria. Os românticos dirão: mas é bom estar junto e fazer as coisas de mãos dadas. Nem sempre, eu diria, não para todos. Há pessoas que precisam de distância mesmo daqueles que amam. E quem adora viver grudado também sente falta de silêncio e solidão. O outro frequentemente pesa, e isso pode ser destrutivo para a relação. Namorar, mesmo intensamente, ainda é conviver com o que há de melhor no parceiro, por tempo limitado. Morar junto é abraçar o pacote inteiro, o tempo todo. Nem todo casal aguenta, nem todo mundo sabe viver assim. Unir os endereços pode significar, muitas vezes, separar as pessoas. Todo mundo conhece a história do namoro antigo de pelo menos 10 anos que explodiu meses ou semanas depois das pessoas mudarem para o mesmo apartamento. Acontece toda hora. 

Morar junto, ademais, atrapalha um lado importante da vida das pessoas, o da autonomia. No mundo ideal, todos deveriam viver algum tempo sozinhos. O suficiente para aprender a cuidar de si mesmos. Para lidar sem pânico com a solidão. Isso prepara para viver a dois. Quem morou sozinho sabe que é gostoso acordar numa casa vazia e perambular de cueca ou de calcinha sem ter de falar com ninguém. Não é como despertar abraçado na pessoa que a gente ama, mas também é bom – e tem de ser aprendido.

Há muito a ser dito contra e a favor da ideia de viver com alguém, mas o essencial é simples: a gente quer e não quer esse negócio. Uma parte de nós anseia por dividir, a outra quer ser dona de tudo – do tempo, do espaço, do corpo. Às vezes, prevalece a parte que deseja liberdade, então estar com outro nos oprime. Em outros momentos, predomina o desejo de ser dois, então dividir é uma delícia. Essa dicotomia, além de onipresente, me parece universal e insolúvel. Todo mundo tem dúvidas a respeito disso. As pessoas sonham com uma paixão tão arrebatadora que dissolva todas as incertezas, mas ela só existe com pelo menos 1% dos casais. Diante da possibilidade de dividir o teto com alguém, as hesitações aparecem. Sempre aparecem, por mais maravilhosa que seja a sua consorte, por mais intenso que sejam seus sentimentos.

Eu vejo dois jeitos de lidar com isso, que na vida real se misturam. O primeiro é racional: vá devagar, avance na medida do seu conforto interior, não tenha pressa e não se deixe pressionar (inteiramente) pelo desejo do outro. Converse. Não estar pronto não significa não gostar. Não querer agora não significa não querer nunca. Não há insulto em pedir tempo. Não há ofensa em ter dúvidas. Lembre: o outro lado também hesita, embora às vezes não diga, embora talvez nem perceba.

O outro jeito é emocional. Se atire, mergulhe, beije na boca. Você nunca vai ter 100% de certeza, então corra o risco, deixe-se levar pela correnteza. A vida é uma longa experiência e viver com alguém de quem se gosta não pode ser ruim. Aprende-se um monte: conviver, brigar, fazer amor, dividir. O melhor jeito de ser adulto é com uma mulher de quem a gente gosta. Uma das melhores maneiras de ser você mesmo é estar acompanhado com a tão desejada “outra metade”.

E se depois de 10 anos não deu certo, não era para dar. Sem drama. Ficaram as lembranças, e ganhou-se panelas.



Fonte: Época