segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mais uma semana


Não sei quem disse que as horas se arrastam, mas os anos voam. Parece ser verdade. 
Sinto que perdemos totalmente a noção do tempo, aquele tempo linear, que passava compassadamente como o tique-taque do relógio. As multitarefas, as abas do navegador, os compromissos e pensamentos simultâneos mudaram tudo. Já não sei mais sentir as horas e os dias. Tudo virou um aglomerado de compromissos e eventos sobrepostos.


Minha vida está boa, estou bem obrigada. As queixas são poucas e, em geral, repetidas. Tenho extrema dificuldade de aceitar que o mundo é como é e que as pessoas são como são.


Mas...que pessoas? Eis o problema. Dou importância para pessoas desimportantes que dizem coisas ruins e deixo de dar atenção para algumas pessoas relevantes que têm coisas boas a compartilhar. 


Além disso, tenho essa permanente indignação com a 'média' das pessoas e fico inconformada com coisas bobas, como os clichês, os tios do pavê, as gírias velhas, o fato das pessoas gostarem tanto de bobagens. Como disse no sábado, ouvindo Zé Ramalho, numa tentativa de debate da madrugada numa mesa de barzinho muuuuiito legal, o mundo quer comer baconzito e eu quero oferecer rúcula. Muito parecido com o que muitos professores sentem, que querem ensinar matemática ou literatura para alunos que só querem assistir vídeos toscos do YouTube.


Um amigo na mesa do bar falou de "ensino tangencial". Você finge que está brincando e, dentro da brincadeira, coloca conteúdo. Seria como criar um game que se passa num determinado período da história. A criança está jogando, mas está aprendendo história. É o método de colocar rúcula dentro do doritos.


Estou falando metaforicamente, claro, mas muita gente deve sentir isso. Os escritores, por exemplo. Você quer publicar livros, mas livros exigem que o consumidor leia. Nem todo mundo sabe ler. Entre os que sabem, nem todos têm o hábito de ler. Entre os que têm o hábito, poucos tem poder econômico para comprar. E dos que sabem ler, têm o hábito e o dinheiro, raros vão optar pelo seu livro. Ou seja, é difícil. O mesmo vale para aulas, peças de teatro, espetáculos de dança, etc. O resultado é aquele que todo mundo sabe, quem oferece coisas mais óbvias e que atingem a massa conseguem mais sucesso e dinheiro.


A solução? Fazer o que você quer, o que você é e lembrar que dinheiro não é tudo, sucesso é relativo e cada um tem seu alcance e seu mercado.


E assim, com o espírito preparado inicio mais uma semana acordando cedo e de mau humor.


Sou feliz e agradeço por tudo o que a vida me deu até aqui.


Boa segunda.








Fonte: @rosana

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