sábado, 5 de novembro de 2011

Faça o que é melhor pra você

O que você quer, viver muito e feliz ou ficar doente e morrer cedo?
Então porque você, eu, todo mundo, faz tanta coisa pra cair na segunda opção?
Cada vez que você come uma fritura gordurosa um panda bebê vive um dia a mais e você, um dia a menos. Se a gente tem tanta informação, sabe que não pode se entupir de porcaria, por que a gente faz mesmo assim?
Porque é gostoso. Porque na hora parece bom. Porque a gente inventa que "eu tive um dia ruim então eu mereço comer um monte de doce". Qual a lógica? Porque você teve um dia ruim você MERECE ter uma saúde pior?
Tudo errado.
Desejo vem e passa. Nem todos os desejos são legítimos. Alguns são. Mas quando você deseja ou se vicia em algo que faz MAL pra você, tem que reconfigurar a cabeça.
Você sente desejo de fumar. Fumar é bom? Não. É ruim. Mata. Então tem que mudar o desejo.
Nossa sociedade é toda baseada em rapidez, em economia de tempo, no imediatismo. Comida pronta, fast food, tudo já meio feito, pré-moldado, pré-fabricado. A gente quer tudo na hora. Agora. Já. Só que quando você come uma bobagem ou fuma algo que mata pra aplacar o desejo de momento, ganhando tempo, você está justamente abreviando o tempo de vida!
Quando as coisas começam a não fazer sentido temos que parar tudo e começar de novo, do zero, tipo faxina, cadeiras com pernas pro alto pra ver a sujeira melhor. Hora de bater tapete.
Por que você consome tanto a vida alheia? Tanta fofoca? Tanta bobagem e lixo sobre pessoas que não interessam? Vício. Porque você quer se integrar ao mundo sem nexo das pessoas que estão fazendo a mesma coisa. Sim, observar a vida alheia, inclusive na ficção, tem função social e até fisiológica. A gente aprende por emulação, observação, copiando ou usando outro como exemplo ou contraexemplo. Mas não é só isso. Eu acho que caímos no crack da fofoca qualquer. Que me interessa se o ator de Hollywood ou o repórter de futebol é gay ou não? O que eu vou fazer com essa informação? Só UMA coisa. Aumentar, propagar o preconceito. Ainda mais quando o fulano é ARRANCADO do armário.  Não, não é crime, não é proibido, imoral. É só burro. Tempo jogado fora e não investido em sua vida.
O problema é que pra parar com tanto lixo e tomar conta da própria vida de maneira decente precisa de uma coisa mais difícil do que dinheiro: consciência. E além da consciência ainda tem que ter motivação, força de vontade, coragem. Tudo difícil. Melhor sentar no sofá, ver fofoca e comer pipoca, né? Pode, é bom, gostoso. Mas fofoca é TEMPERO da vida não é refeição. Quem só vive de procurar fofoca o dia todo na Internet está almoçando orégano! Não pode ser bom.
Claro, se a pessoa quer jogar sua vida no lixo, problema dela. Mas se a obesidade de cada um também é um problema pessoal, por que o mundo todo quer combater a obesidade? Porque sai caro pro governo, diminui a produtividade. Mesma coisa pro excesso de consumo de coisa trash, de porcaria, de coisa que nem lazer é. Coisa que a gente vê, consome só pra gerar raiva, ódio, indignação, escárnio. Eu não aguento mais tanto escárnio, tanta gente usando o chorume pra poder se sentir superior a ALGUMA COISA. Tristeza, viu.
E o que fazer? Começar uma proposta pessoal de reeducação midiática. Ninguém vai conseguir de cara, mas tem que tentar. Toda vez que você estiver clicando em bobagem, lendo tolices da vida de gente que não tem nada com sua vida, pura fofoca sem nexo, pare e pense: eu poderia usar esse tempo pra mim, pra aprender alguma coisa, ler, me divertir de um jeito bacana. Fazer alguma coisa por MIM. Isso, trocar as tolices por um pouco de egoísmo.
Porque, né, pra que ficar falando, promovendo, comentando (falo isso pra MIM também!) da Mulher Caroço? Se ela é tosca, fake, tonta, sem noção, se tem um assessor analfabeto, o que isso vale pra alguém? Ah, eu sei. Você se sente MELHOR e SUPERIOR à mulher caroço. Nossa, que coisa, hein? Você é supimpa! Melhor que a mulher caroço, mais alfabetizada que seu assessor? Como somos sensacionais! Ah, por favor. É muito pouco. Vamos ser mais dignos e ambiciosos para com nossas capacidades.
Antes de terminar, sim, é verdade. Cada um faz o que quiser. Eu também estou fazendo o que quero. Estou aqui, enfrentando minhas contradições, pregando uma ideia que mal consigo realizar (mas tento sempre), dando a cara pra bater, começando uma coisa e divulgando algo em que acredito. Faça mais por você. Faça coisas boas por si mesmo. Coma melhor, economize dinheiro, viaje, conheça o mundo, sinta prazer, aprenda, ame, tente, erre, acerte. Mas pare de se interessar só pela vida alheia, só por gente que não traz nada, só pra passar tempo. O tempo passa anyway. E o máximo que você vai conseguir é continuar sem grana e enriquecer os que promovem todas essas tolices.
Fofoca, bobagem, tolice, tudo tem que existir, faz parte. Mas é tempero. Consumir tudo isso sem parar, em excesso, como vício, faz tanto sentido quando comer uma xícara de sal. Ou de açúcar.

E, também, se você quiser comer uma xícara de sal com óleo,ok, a vida é sua. Cada um na sua. Era só um toque. Não quer, não pega.
Beijos, boa sorte.
@rosana

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