quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Eu e meu umbigo


...enquanto isso


Números



Tudo que você possui pertence a uma das 10 maiores corporações mundiais. Para elas, você é apenas um número, e números, ao contrário do que pensamos, não contam 

Basically every product you own, is owned by one of the 10 biggest corporations in the world. They don’t care about the environment, veganism, or if anything is cruelty free. You’re a number to them, and you make them billions upon billions of dollars.

I focus on almost every aspect of veganism on this account except for pictures of food. The majority of #vegan pictures are of food. As much as I think it’s important to learn about nutrition, veganism is much bigger than what’s for dinner.

If you’re not in it for the diet, read EVERY label, not just your food. I’m honestly horrified at how infused animal cruelty is to the products you use every day. What scares me even more is how little the public is actually aware of what’s going on.

I remember the first day I learned about animal testing ✂ and how crushed bugs were used as dyes and what gelatin is. The first thing I did when I came home from school was throw out every product in my parent’s cabinets: Tide, Downey, Cascade, Windex, Comet, Clorox, Dawn, Pert Plus, Crest, Dove, Listerine, etc… I got in a lot of trouble for it, but mainly because there was nothing left. How scary is that?

I don’t want you to feel bad because you didn’t know, but I DARE you to look through all of your products: your makeup, shampoo, toothpaste, dish soap, laundry detergent. All of it. Read the ingredients. (If you can’t pronounce it, don’t buy it). Find out the name of the company and their parent company.

If your product has an expiration date- it’s safe to say it’s way better for you than something with a “lifetime warranty!” I’m scared, but being scared is good. Being “okay” with big brother owning your kitchen and bathroom cabinets is scary. #vegansofig

http://instagr.am/p/Lrdk29miWf/






quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Novos formatos II

"A percepção desta forte dimensão de disciplinarização dos moradores de favela, somada à desilusão de perceberem o limite da segurança que o Estado lhes propicia, leva os moradores à formularem uma crítica contundente (e, do meu ponto de vista, pertinente) à política de segurança efetivamente praticada pelo Estado nas favelas 'pacificadas': sua lógica é propiciar segurança sobretudo para os moradores dos bairros formais."

Veja artigo da antropóloga Márcia Leite no Canal Ibase: http://ht.ly/hRqbs







Novos formatos


Minha personagem preferida do cinema

Continue a nadar! Continue a nadar!


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Quando é a gente que “se ferra”


Não, meus amigos, o que nos transforma em seres humanos é aceitar com naturalidade toda vez que você percebe uma situação de “me ferrei”.

É fácil dizer “dane-se”. Dane-se o governo, dane-se a política, dane-se o problema dos outros, eu vou é cuidar de mim. Segue a esse raciocínio toda uma ladainha egocêntrica, conclamando a autoestima, a lógica do “se eu não fizer por mim ninguém vai fazer” e etc.

Embora o dane-se tenha uma função interessante em momentos em que cismamos com coisas que não são mesmo da nossa conta, não é isso que faz de você uma pessoa melhor, mais madura, um ser humano mais generoso.

O desafio é...

Como você reage quando é VOCÊ que se ferra?

eu, por exemplo, reajo muito mal em incontáveis momentos. É um HORROR. Sou de uma prepotência ridícula. Vou dar um exemplo:

Ontem eu estava sem um real na carteira. E sem gnv no carro. Parei num posto só porque tem um caixa eletrônico lá. Desci do carro enquanto o frentista botava gnv fui na loja de conveniência tirar dinheiro. Cheguei lá e...cadê caixa eletrônico? Tiraram. Removeram. Tinha, mas acabou, não tem mais.

Fiquei MUITO contrariada. Porque, né, como um caixa eletrônico que EU, essa pessoa essencial pro universo, quero usar, não está mais lá?

Paguei com cartão de débito e vim trabalhar. Voltei pra casa etc. Na manhã seguinte eu tinha que ir ao cartório. Fiz um caminho a pé para passar por outro posto de gasolina, esse sim com vários caixas eletrônicos.

Cheguei no terminal do Banco do Brasil e... estava sendo consertado. Demoraria ainda UMA hora. Bom, me ferrei de novo, pensei. Mas, né, sou um gênio e sei que tem um caixa eletrônico 24h que atende TODOS os bancos, ha! Fui até ele e... estava desligado.

Nesse instante eu percebi que eu realmente tinha me ferrado. Não é pra comemorar, porque é muito chato mesmo, eu tinha que pagar em dinheiro no cartório. Mas, né, a-con-te-ce, é normal. Com todo mundo, por que não comigo? Sou tão especial assim?

Em vez de usar minha incrível competência para ligar um app do banco e achar outro caixa eletrônico mais próximo o que eu fiz? Fiquei ali, reclamando, indignada, falando “cás-párêde”, que eu precisava, que era um absurdo e blá blá blá blá blá blá.

Ou seja, quando EU me ferro eu acho inaceitável. Inconcebível. Onde já se viu, eu, a rainha do tricô tunisiano, a princesa da Lapônia, não tendo meu desejo atendido!

Meu amigo, que estava comigo, ria muito de mim. Eu me ferrei, é engraçado mesmo. E aí ele me contou de outras vezes em que agi assim. E contou que se lembrava do dia que uma mulher bateu no meu carro e eu desci esbravejando... e outra ocasião em que me deram o troco errado, não percebi e reagi muito mal... Partiu meu coração. Quer dizer que meu melhor amigo só se lembra de momentos ruins meus? Quer dizer que eu promovo momentos horríveis que são marcantes pras pessoas? Quer dizer que eu sou assim?

Fiquei pensando muito nisso. Conversei em casa. E ainda estou pensando nisso.

NO jeito que a gente reage quando é nossa vez de enfrentar uma ou muitas contrariedades. É, fechou na sua vez. Acabou na sua vez. Você se deu mal.

Não estamos preparados pra isso. Não aprendemos a errar, perder, ir mal, fracassar. Lidamos mal com toda adversidade, crítica, falha.

Nossa e alheia.

Tudo pode dar errado, mas não com a gente.

Aqui estou, pensando em aprender a me ferrar. Ou melhor, a aceitar que “shit happens” para todos. Com mais tranquilidade, sem rancor, sem raiva. Apenas aceitar e... resolver de outro modo.

Por isso, repito, não é o “dane-se” que vai salvar você. É o “a-ha-ha-ha-ha, me ferrei” que vai trazer a liberdade que acompanha o inexorável fato de que somos finitos, mortais e 100% iguais aos olhos do universo.

Beijos.

Chuva


Você acredita?




Igualdade x justiça


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

E você?

Uma cena muito diferente aconteceu hoje pela manhã. Eu estava no elevador indo para o trabalho, quando um cuidador chinês de uma vizinha senhorinha, olhou pra mim e perguntou:

- Por que não tá sorrindo?

E eu cai na risada.

- Sorrir bom pra saúde, né?

E então um gesto tão simples, tão bobo, me deixou feliz. Não precisa ser rico, aristocrata ou fazer doutorado para perceber grandeza em pequenos gestos das pessoas. Não custa nada.

O chinesinho me deu esperança no ser humano.

Sim, porque, agora que estou acabando de ler 1808 e estou entendendo muito melhor o Brasil e o povo brasileiro. De um lado, estou pasma com o absurdo, o genocídio que foi a escravidão. Mesmo já sabendo, já tendo estudado na escola, é sempre chocante ler sobre a escravidão no Brasil. Foram 10 milhões de escravos arrancados da África para as Américas e tanto que morreu no caminho. Falamos de 20 milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças, tratados e vendidos como gado. Ou pior.
De outro lado, o livro mostra bem a origem da corrupção no Brasil, da preguiça da corte que se espalhou por seus assessores e, consequentemente, para o povo, de muitos que exploravam o trabalho escravo, da caixinha para os serviços públicos, dos novos ricos que pagavam para ter títulos de nobreza e ostentar posições na sociedade, da falta de educação da população que jogava lixo pelas janelas (e hoje joga pela janela do carro).

Enfim, esta foi apenas uma pequena abordagem para nos fazer pensar nesse tema, a forma com que tratamos uns aos outros.

Mas, ok, temos assuntos mais urgentes no mundo do que esse. Eu, por exemplo, terei um dia (in)tenso, cheio de altos e baixos, coisas boas e ruins, agradáveis e desagradáveis. A vida é assim, mas torna-se bem diferente quando estamos rodeados por pessoas educadas e gentis.

Bom dia!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

De que lado estamos?


Quando eu tinha 16 anos ainda morava no grajaú. Meu pai faleceu e eu comecei a trabalhar. Eu acordava às 5 da manhã, pegava uma carona com minha vizinha até a tijuca para depois sair correndo atrás de um ônibus que dava a volta ao mundo até chegar no shopping Rio-Sul. A viagem era longa e o ônibus era lotado. Na volta, eu tinha que pegar uma carona na saída do shopping (outros tempos, não era tão inseguro como é hoje) para ir até o aterro do flamengo, de lá, pegar um ônibus para o centro da cidade onde eu descia e caminhava até o curso de inglês onde eu dava aula pra que a grana desse para sustentar minha mãe, minha irmã e minha avó. Lá pelas 11 e tanto da noite eu pegava mais um ônibus e voltava pra casa para, finalmente, jantar, tomar banho, estudar e dormir.

Tudo isso para dizer que a carona que eu pegava até o aterro do flamengo ou até qualquer lugar mais próximo era essencial pra mim. Eu realmente precisava daquelas caronas de desconhecidos. A saída do shopping ficava lotada de trabalhadores locais e era uma disputa acirrada quando um carro parava. Dúzias de caras entravam pela janela do passageiro pra saber onde o motorista estava indo.

E foi assim, de forma Darwiniana, que desenvolvi uma técnica de sobrevivência para pegar carona. Quando não tinha mais lugar e eu estava ao lado de uma pessoa em dúvida pra pegar ou não o carro, eu falava de forma bem apressada e intensa:

- E aí? Eu vou ou você fica?

Confusa, a pessoa dizia qualquer alternativa como ‘eu fico’ ou ‘você vai’, sem se dar conta que as duas possibilidades desaguavam no mesmo oceano: eu ia e o outro ficava.

Lembrei disso ao ler um artigo sobre o "Livro Negro da Psicanálise”. O artigo dizia que Freud é uma fraude e que ele roubava nos resultados científicos para fazer com que suas hipóteses sobrevivessem. Se ele foi um gênio, deve ter sido um gênio de marketing pessoal. A autora, Catherine Meyer formula a explicação com a mesma lógica intencional que eu usava quando disputava carona. Ou seja, como coloca a autora, Freud disputava uma moeda assim: "cara, eu ganho; coroa, você perde". E fiquei muito feliz ao descobrir que nossas atitudes nunca serão únicas. De uma forma ou de outra existe alguém que compartilha seu modo de agir ou de pensar.

Eu sou assim. Tenho meu jeito de ser, de pensar. E me sinto feliz e apoiada quando encontro eco nos outros. Ou os outros em mim. E, sim, eu sei que minhas alternativas iguais não eram exatamente um exemplo de ética, mas era a forma de sobrevivência que eu encontrava naquele momento. Não me orgulho disso, mas também não escondo para parecer perfeita.

A idade traz rugas e certezas. E ainda assim eu sou como eu sou. E já não tenho mais vergonha disso, nem me sinto obrigada a pedir desculpas.

Mas é aí que devemos refletir sobre você, eu, sobre todos nós, especialmente nessa onde de redes sociais onde nosso pensamento coletivo e o comportamento social delata o estado de alma em que estamos. Se um dia tivemos valores herdados pelos nossos avós, num mundo mais calmo que o atual, perdemos a maior parte deles. O respeito pelos mais velhos, dar lugar para mulheres grávidas no metrô, não trapacear, não falar mal dos colegas de trabalho, são apenas os exemplos mais corriqueiros de ensinamentos que se perderam nas confusas estruturas sociais e tornaram-se coisa de gente idiota...

Sendo assim, está na hora de parar e decidir o que realmente somos. Se pagamos o guarda na hora da blitz, se alteramos o imposto de renda, se não declaramos os bens que temos, se compramos drogas do traficante, se baixamos torrentz sem pagar, se frequentamos boites, shoppings e cinemas com instalações visivelmente irregulares (muitas vezes porque a lei é mesmo burra e o mercado injusto) sem LUTARMOS para que as coisas sejam certas. Caso contrário, temos que ter a decência de, pelo menos não apontar culpados que não são melhores nem piores do que nós.

Diante disso, você sempre tem que escolher o lado em que vai ficar. Mesmo que você mude lado ao longo da vida. Mesmo que você precise de ajuda para decidir o seu lado.

Só não dá é pra ficar do lado onde tantos tentam ficar, do lado de fora.