sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Magick



Quando fiz 30 anos, ao invés de perturbar minhas amigas com conversas sobre celulite e rugas, contei a elas que estava me dedicando à magia. Agora, quase aos 40, acredito que já possa começar a escrever algo à respeito. Magick era algo que já estava latente em minha vida há algum tempo pois o conceito sempre esteve ligado à minha carreira profissional. Como assim, jornalista? Como assim, artista? Magia é, sob muitos aspectos, uma ciência da linguagem. 

Existe muita confusão sobre o que magia realmente é. Se você pesquisar os conceitos mais antigos descobrirá que magia sempre foi conceituada literalmente como A ARTE. E essa arte, seja ela escrita, pintura, escultura ou qualquer outra forma de expressão é literalmente magia.



 Sendo assim A Arte, como a magia, é a ciência de manipular símbolos, palavras ou imagens para operar mudanças de consciência. A verdadeira linguagem da magia trata tanto da escrita como da arte e de acontecimentos sobrenaturais, talvez sobre-naturais.
       

Um grimório, por exemplo, um livro de feitiços, é um modo extravagante de falar de gramática. De conjurar um encantamento. É uma das maneiras de manipular palavras para mudar a consciência das pessoas, inclusive do próprio. O locutor imposta a voz, dicção perfeita para dar a notícia no tom correto da emissora. Um escritor ou um artista são o mais perto do que poderíamos chamar de xamãs do mundo contemporâneo. Hã? Isso mesmo, pois antigamente, toda a cultura, todo o conhecimento era de domínio dos xamãs, a transmissão dos conhecimentos era oral, em muitas culturas não havia escrita.. Acontece que hoje em dia, o poder mágico de quem detém a cultura se degenerou ao nível do entretenimento barato e da manipulação. Eu considero isso a pior tragédia de todos os tempos. Magos multimídia das palavras e das formas...

Os xamãs da modernidade transformaram-se em publicitários que utilizam seus jingles, palavras mágicas, cores, sons para tranquilizar  pessoas, estimular o consumismo e torná-las mais manipuláveis. A caixa mágica da televisão pode fazer com que milhares de pessoas no planeta pensem nas mesmas palavras e tenham os mesmos pensamentos banais no mesmo instante.

E isso tudo funciona com a mesma intensidade da maldição de um mago, por exemplo. Ou com a mesma força da sátira de um bardo. Sendo assim, é triste constatar que os escritores da atualidade, aqueles que não são verdadeiros artistas, foram levados por essa onda publicitária. Eles aceitaram a crença de que a arte e a escrita são apenas formas de entretenimento. Não vêem a escrita e a arte como forças transformadoras que podem mudar um ser humano e uma sociedade. Basta acompanhar as inúmeras traduções e modificações que a bíblia sofreu ao longo dos tempos. Eles vêem suas obras como objetos os quais pessoas comuns precisam apenas consumir por 20 ou 30 minutos... enquanto não morrem... Oferecem ao público somente o que o sistema  quer que elas consumam.

Não percebem que não é função do artista dar ao público o que o público quer. Porque se o público soubesse o que quer, ele não seria público. Seria artista. 

E a função do artista é dar o público o que ele precisa, para crescer, evoluir, exercitar sua sensibilidade.

Na minha vida, tudo se tornou mais compreensível depois que passei a entender que arte e magia (arte real)  são naturalmente intercambiáveis. E é por isso que a arte sempre foi o meio pelo qual consigo expressar minhas idéias mágicas, mudar estados de consciência e levar diferentes pessoas a diferentes lugares e diferentes níveis.

Penso que todos deveriam se aprofundar na história do pensamento mágico. E no entendimento das causas da degradação dessa corrente. Deveriam aprender mais sobre a origem da magia nas cavernas, no xamanismo, no animismo, na crença de que tudo que nos rodeia, cada árvore, cada rocha, cada animal, é habitado por algum tipo de essência, com um tipo de espírito no qual talvez possamos nos comunicar. E nos xamãs, nos visionários, que eram capazes de canalizar as idéias úteis para a sobrevivência do coletivo. Do outro lado do mundo os Taoístas faziam o mesmo ou bem parecido..

A verdadeira consciência universal é o entendimento de como a relação entre os homens e seus EUs superiores deixou de ser direta por causa do cristianismo/monoteísmo, onde a casta sacertotal movendo-se entre o adorador e o objeto de adoração virou uma espécie de gerente intermediário entre humanidade e divindade, e que cobra muito bem por seus serviços. E isso tudo fez o homem moderno mergulhar nas drogas e no alcoolismo ou em qualquer outro vício que a cultura atual nos impõe e que destrói qualquer tipo de conexão.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Pára no ponto?


Uniformidades


Todo ateu é intolerante. 
Todo negro é bandido. 
Todo pastor é ladrão. 
Todo padre é pedófilo. 
Todo religioso é alienado. 
Todo rockeiro é drogado. 
Todo colorido é gay. 
Todo gay é promíscuo. 
Todo idiota pensa assim.

O que queremos


Eu também acho


Vou morrer sem entender esse país


Estão transformando o Brasil numa imensa plantação de soja e pasto pra gado e pra isso vai morrer quem estiver na frente.

Estão fazendo isso na nossa cara. Todo mundo vê e ninguém faz nada.

Absurdo.

Vou morrer sem entender esse planeta

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Escolhas

Sozinhos vamos mais rápido. Juntos vamos mais longe.


Eu


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...


Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...


Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...


Sou talvez a visão que alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!


(Florbela Espanca)

terça-feira, 17 de julho de 2012

O homem que incluiu a família na maçonaria é o fundador da maior organização de jovens do Brasil

Alberto Mansur, o filho dos imigrantes libaneses Antônio Nehmetalla Mansur e Ramza Mansur, nasceu em 7 de setembro de 1922. Seu nome foi escolhido em homenagem ao rei Alberto I, da Bélgica, um herói da Primeira Guerra Mundial. Conheceu um templo maçônico pela primeira vez através de seu tio e em 1950, foi iniciado na Loja Maçônica Perfeita União, em Valença. Casado com Célia, com quem teve os filhos Cristina e Jorge (primeiro Mestre Conselheiro da Ordem DeMolay), galgou altos degraus até o topo do Rito Escocês Antigo e Aceito, assumindo em 24 de novembro de 1974 o posto de Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 – Jacarepaguá.

Mansur teve expressiva contribuição como dirigente maior do Rito Escocês, entretanto, sua grande marca está no passo decisivo que deu rumo ao que sempre chamou de “congraçamento da família maçônica”: foi o responsável por trazer para o Brasil a Ordem DeMolay, as Filhas de Jó e a Ordem Estrela do Oriente.



Foi ele que,
como Grande Mestre da Ordem DeMolay, fez com que a instituição crescesse no país como em nenhum outro lugar do mundo. Sua inegável competência, influência e prestígio garantiram a fundação do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil em 1985. Muitos tentaram diminuir seu trabalho, ou mesmo ignorá-lo. Mas é certo que ninguém pode rejeitar a verdade que, através de sua visão e inspiração, que a família maçônica se integrou e milhares de jovens passaram a vivenciar as 7 Virtudes Cardeais: Amor Filial, Reverência pelas Coisas Sagradas, Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo.

Sendo assim, sua mensagem de legitimidade e amor, além de sua visão de vanguarda devem continuar sendo uma inspiração, sobretudo para os milhares de jovens que se desenvolveram nos templos que ele por tantos anos comandou.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Amar no mundo contemporâneo

Alain Badiou sobre o significado de amar no mundo contemporâneo:
"O amor é um gesto muito forte porque significa que é necessário aceitar que a existência de outra pessoa se converta em nossa preocupação. 


Minha ideia sobre a reinvenção do amor quer dizer o seguinte: uma vez que o amor se refere a essa parte da humanidade que não está entregue à competição, à selvageria; uma vez que, em sua intimidade mais poderosa, o amor exige um tipo de confiança absoluta no outro; uma vez que vamos aceitar que esse outro esteja totalmente presente em nossa própria vida, que nossa vida esteja ligada de maneira interna a esse outro, pois bem, já que tudo isto é possível, isto nos prova que não é verdade que a competitividade, o ódio, a violência, a rivalidade e a separação sejam a lei do mundo. 


O amor está ameaçado pela sociedade contemporânea. Essa sociedade bem que gostaria de substituir o amor por um tipo de regime comercial de pura satisfação sexual, erótica, etc. Então, o amor deve ser reinventado para defendê-lo. O amor deve reafirmar seu valor de ruptura, seu valor de quase loucura, seu valor revolucionário como nunca o fez antes. 


Não se deve deixar que o amor seja domesticado pela sociedade atual - que sempre busca domesticá-lo-. Em outros tempos, as sociedades clericais e tradicionais buscaram domesticá-lo pelo matrimônio e a família. 


Hoje se busca domesticar o amor com uma mescla de pornografia livre e de contrato financeiro. Mas devemos preservar a potência subversiva do amor e afastá-lo dessas ameaças. E isso é extensivo a outras coisas: a arte também deve afastar-se da potência do mercado, a ciência igualmente. 


Ali onde há um pensamento humano ativo e desinteressado há um combate para libertá-lo dos interesses."

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Prometeu. O mito e a mensagem


Cada cultura tem sua gênese para o Homem civilizado. Os judeus têm a tomada de consciência de Adão e Eva quando da mordida da maçã (tirada da árvore do bem e do mal). Os hindus têm nos Vedas a "explicação" para a segregação em castas da humanidade: o Homem surgiu de partes do corpo do Deus primordial, e da cabeça saíram os Brâmanes (casta social dominante, de religiosos), dos braços saíram os guerreiros (Kshatryas), das pernas os produtores/comerciantes e dos pés os servos (não-árias, ou "não-homens").

A lenda grega é bem mais interessante do ponto de vista psicológico, e por isso mesmo muito usada na psicologia. Ela começa com Zeus, o "nosso" Deus, que cuida e zela por nós, em troca de adoração. Os homens naquele tempo não eram mais do que macacos, e Zeus nos fornecia animais, o fogo, cavernas. Éramos totalmente dependentes Dele e do seu humor. Então era bom deixá-lo sempre feliz, por meio de adoração e sacrifícios.


Prometheus (ou Prometeu) era um Titã, uma raça de gigantes que convivia com os deuses. Seu nome, no idioma grego, significa "antevisão", e ele tinha a habilidade de prever o futuro. Foi Prometeu que cuidou da evolução da nossa espécie, nos ensinando a raciocinar e trabalhar; Foi o patrono das artes, da construção de casas e navios, da domesticação de animais; Prometeu nos ensinou a escrita, os números e os remédios. Essa aproximação de um Imortal emancipando seres inferiores (nós, os humanos) enciumou Zeus, que tinha os homens como seus bichinhos ignorantes de estimação.

Zeus exigia cada vez mais dos humanos. Queria para si, de oferenda, a melhor parte do boi (através da imolação, algo que também é encontrado no Velho Testamento). Os humanos tinham de se contentar com as vísceras e as partes menos nobres. Prometeu fez então um truque: dividiu as partes do boi em dois montes, e perguntou a Zeus qual dos dois ele queria que fosse destinado a oferenda dos homens. Um monte era coberto por uma bela e brilhante camada de gordura. O outro era coberto pela pele e estômago do boi. Zeus, iludido pela beleza, escolheu o primeiro monte. Acontece que Prometeus escondeu as carnes do boi embaixo da pele e dentro do estômago, deixando os ossos embaixo da vistosa gordura. Quando Zeus descobriu ficou p..., retirando o fogo dos humanos como forma de punição. Prometeu, então, roubou o fogo dos deuses, escondendo-o dentro de um gigantesco caule de funcho, e não só o devolveu à humanidade como nos ensinou a fazê-lo.

Não é muito inteligente irritar um Deus, mas Prometeu sabia que um filho gerado por Zeus em um casamento próximo o destronaria, e que somente ele sabia como impedir que isso acontecesse. Ele achava que Zeus não faria nada com ele por causa disso. Bem, ele errou.

A mando de Zeus, Prometeu foi amarrado em correntes, no alto do monte Cáucaso, durante 30 mil anos, durante os quais ele seria diariamente bicado por uma águia que lhe destruiria o fígado. Como Prometeu era imortal, seu órgão se regenerava constantemente, e o ciclo destrutivo se reiniciava a cada dia. Isto durou até que o herói Hércules o libertou, substituindo-o no cativeiro pelo centauro Quíron, igualmente imortal.

Ainda irritado com os homens, Zeus envia a pior de suas vinganças: Pandora. Mas isso é outra história.

O mito de Prometeu foi transformado peça teatral pelo poeta grego Èsquilo, no século V a.C, intitulada "Prometeu Acorrentado". É um mito brilhante e rico, pois Prometeu não "prometeu" aos humanos um mundo de delícias, o "paraíso" onde tudo nos era dado. Não. Ao contrário, o que ele ofereceu foi dignade, autonomia, sustentabilidade e trabalho. Muito trabalho. 

Se antes o fogo brotava das árvores e já cozia as carnes, enquanto o trigo crescia sozinho, agora os humanos tinham de cuidar de manter o fogo, cozer seus alimentos e lavrar os campos, pra ter o que comer. 

Prometeu ensinou as artes, a matemática, os ofícios, enfim, as bases de nossa civilização. Podemos extender a sabedoria desse mito para nossas vidas, desde a criação de nossos filhos até a condução de nosso país. 

Porque, gente...até quando dependeremos do humor de Zeus?








FONTE: Saindo da Matrix

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Novas definições do AMOR

O amor não ilumina o seu caminho. O nome disso é poste. O amor é outra coisa.


O amor não é aquilo que supera barreiras. O nome disso é gol de falta.


O amor não faz coisas que até Deus duvida. O nome disso é Lady Gaga.


O amor não traça o seu destino. O nome disso é GPS.


O amor não te dá forças para superar os obstáculos. O nome disso é tração nas quatro rodas.


O amor não mostra o que realmente existe dentro de você. O nome disso é endoscopia.


O amor não atrai os opostos. O nome disse é imã.


O amor não é aquilo que dura para sempre. Isso é a Hebe Camargo.


O amor não é aquilo que surge do nada e em pouco tempo está mandando em você. Isso é 
Dilma Rousseff.


O amor não é aquilo que te deixa sem fôlego. O nome disso é asma.


O amor não é aquilo que te faz perder o foco. O nome disso é miopia.


O amor não é aquilo que te deixa maluco, te fazendo provar várias posições na cama. Isso é insônia.


O amor não faz os feios ficarem pessoas maravilhosas. O nome disso é dinheiro.


O amor não é o que o homem faz na cama e leva a mulher à loucura. O nome disso é esquecer a toalha molhada.


O amor não é aquilo que toca as pessoas lá no fundo. O nome disso é exame de próstata.


O amor não faz a gente enlouquecer, não faz a gente dizer coisas pra depois se arrepender: o nome disso é vodka.


O amor não faz você passar horas conversando no telefone. O nome disso é promoção da TIM/OI/VIVO/CLARO...


O amor não te dá água na boca. O nome disso é bebedouro.


Amor não é aquilo que, quando chega, você reza para que nunca tenha fim. Isso é férias.


O amor não é aquilo que te alegra mas depois te decepciona Isso é pote de sorvete.


O amor não é aquilo que entra na sua vida e muda tudo de lugar. O nome disso é empregada nova.


O amor não é aquilo que te deixa bobo, rindo à toa. O nome disso é maconha.


O amor não é aquilo que gruda em você, mas quando vai embora arranca lágrimas. O nome disso é cera quente.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O que eu espero de você?


Esperar é um verbo passivo. Mas como é verbo indica ação. Esperar é verbo quieto, de poucos movimentos, ele não se movimenta por ele, mas por aquilo que o acompanha, esperar está quase sempre acompanhado, esperamos ansiosos, roendo as unhas, comendo, pensando… 

Mas a maioria das esperas são tensas, e por isso, eu espero de mim entender e aceitar que AS PESSOAS NÃO SÃO PRODUTOS QUE PODEMOS ESCOLHER OS ACESSÓRIOS QUE AS ACOMPANHEM, como fazemos com carros ou pizzas, por exemplo. 

E espero de todos vocês que tenham coragem para fazer tudo que lhes deixem felizes hoje!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Saudade de mãe

Do nascimento aos 30 eu convivi com a minha mãe, ariana, thelemita e viajandona, como eu. Ela estaria fazendo 66 anos hoje e numa das últimas conversas sobre escolhas que tivemos, ela segurou minha mão e falou "ninguém precisa saber o que fazer da vida aos dezoito. Nem aos quarenta. Não assim, definitivamente...  Mas a gente precisa ter lanternas, sempre. Não importa o ofício, nossa obrigação é direcionar luz pras pessoas, é salvar muita gente da escuridão dos próprios pensamentos".

Ela falava também que a moda era falar da tal da zona. Zona de c-o-n-f-o-r-t-o. Vivia incomodada porque, em situações variadas, sempre escutava alguém falar que fulano não se sente bem fora de sua zona de conforto. Ela, definitivamente, não sabia onde que fica este lugar. E eu também não tenho um local específico de conforto pras minhas emoções. Porque tanto pra ela quanto pra mim, na vida profissional e pessoal toda zona sempre foi confortabilíssima.

Maria Alice, um beijo. Pra você.




"Naquela mesa ela sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ela contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ela juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que sua filha
Eu fiquei sua fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ela
E a saudade dela tá doendo em mim"

(Sérgio Bittencourt)

Uniformidades

Todo ateu é intolerante. 
Todo negro é bandido. 
Todo pastor é ladrão. 
Todo padre é pedófilo. 
Todo religioso é alienado. 
Todo rockeiro é drogado. 
Todo colorido é gay. 
Todo gay é promíscuo. 
Todo idiota pensa assim.







sexta-feira, 30 de março de 2012

Acreditar no que e em quem?

Dá quase vontade de ser louco. Ou inconsequente. Ou voltar a ser criança, analfabeta e irresponsável. Porque ser adulto e ter que enfrentar essa confusão que virou o mundo é muito, muito difícil.




Vou pular a parte das pessoas mal intencionadas, da burocracia, das injustiças. Também não vou me ater aos acontecimentos do destino que viram a vida das pessoas de pernas pro ar. Vou ficar só com a parte mais prática, aquela que faz com que a gente já não saiba mais o que pensar, fazer, em que ou em quem acreditar.


Chocolate emagrece? Essa é a notícia do dia. Como assim? Mas chocolate não engordava? Não era a primeira coisa pra cortar da dieta? Agora mudou. E tem o café, que ninguém nunca sabe se é pra tomar ou pra cortar. Claro, sempre tem o 'bom senso' o 'equilíbrio' e o 'depende'. Mas não dá pra acreditar em nada. A gente já não sabe se a notícia é patrocinada pelos fabricantes de chocolate que estão preocupados com quedas nas vendas. Ou se lançaram a nota agora porque é Páscoa e ao mesmo tempo que a indústria quer vender o povo quer comer sem culpa.


Tudo é tendencioso, tudo tem interesses por trás, tudo. É difícil a gente ouvir uma opinião sincera e desinteressada fora da nossa casa. E talvez uns dois ou três amigos. É como se todo mundo tivesse uma agenda escondida, tão escondida que nem ela mesmo sabe.


E não é só uma questão de personalidade e fé. Não é que eu estou descrente das pessoas. É que há uma crise de competência muito grande. 


O motorista de táxi não sabe os caminhos, não tem GPS e não sabe onde fica o endereço. O encanador faz o serviço, mas não resolve. E enfermeira injeta o líquido errado e mata o bebê. O hospital transfere a mulher errada e a outra, homônima, morre. A jovem cai do voo duplo porque alguém não verificou direito a segurança. Alguém deixa a menina sentar numa cadeira quebrada no parque. A incompetência está em todo lugar. E às, vezes, faz vítimas fatais.





Ninguém tem paciência de ler as instruções, assistir o tutorial até o fim, prestar atenção no rótulo. Temos pressa. Queremos tudo pra agora. Já. E da mesma forma julgamos tudo e todos. No ato.


E assim aumentamos o número de erros que cometemos o tempo todo. E além de errarmos, não queremos admitir, odiamos que nos flagra no erro. E tem mais: pedir desculpas é sinônimo de humilhação. O ego não aceita.


Não estou me isentando de nada, nem me excluindo dessa massa. Estamos todos nesse angú.
Só que não está legal. Pelo menos pra mim não está bom. Me canso das intenções por trás de tudo, me irrito com as manipulações, me entristeço com a incompetência, me desestimulo com a falta de noção.


É... Já faz um tempo que eu sinto o mundo totalmente enrolado, travado e esquisito. Não é pessoal. E parece ser uma fase cósmica que nos obriga a passar por provações.


Depois, sobreviveremos.


O problema é que está no durante.








Fonte: @rosana

sexta-feira, 2 de março de 2012

Fernão Capelo Gaivota

— Só a lei que conduz à liberdade é verdadeira — disse Fernão Capelo Gaivota. — Não há outra.



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Criação

‎"Ao criar o universo, Deus pensou: preciso criar uma atividade que faça os homens pararem e refletirem sobre a vida e suas escolhas. Precisava ser uma tarefa diária, árdua, que trabalhasse muito a humildade, a paciência, o fôlego. Depois de muito pensar, Deus criou a louça para ser lavada."




obs: a teoria da criação é do Wagner Lopes e eu a-do-rei!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Brasileiro reclama de quê?



O Brasileiro é assim:

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
5. - Fala no celular enquanto dirige.
6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
7. - Pára em filas duplas, triplas em frente às escolas.
8. - Viola a lei do silêncio.
9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.
10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
11. - Espalha mesas, churrasqueira e música ruim e alta nas calçadas.
12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
13. - Faz " gato " de luz, de água e de tv a cabo.
14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.
16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.
18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
19. - Estaciona em vagas exclusivas para gestantes e deficientes.
20. - Adultera o odômetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
21. - Compra produtos "pirata" com a plena consciência de que são "pirata".
22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus ou para pagar meia no rodízio de pizza.
24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.
27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.


E quer que os políticos sejam honestos...? Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas...?


Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? Brasileiro reclama de quê, afinal?


Fala-se tanto da necessidade deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

We all want to be youg

Muito bacana o infográfico que o ponto eletrônico da Box 1824 fez mostrando as diferenças de escolhas e estilos dos jovens de gerações diferentes.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Voltei do paraíso.

O sentimento que voltou comigo nas malas é o de perseverança. É a possibilidade de render mais, contrariando o cansaço. Há em mim uma força braçal tão grande, que sou capaz de segurar os dentes enormes de um mercado que há anos me mastiga, mastiga, mastiga, mas não consegue me cuspir e muito menos me engolir. 


(Não tenho pressa. Eu só quero chegar.)














2012

O ano começou.


E então, mesmo sendo só uma data simbólica de recomeço, é dia de fazer opções, como em todas as manhãs. Que dia você vai querer ter? Que pessoa você vai querer ser? Acho que a vida é isso. Uma opção diária de fazer o melhor possível, de ser o melhor possível, pra tudo e pra todos.


Agora, de verdade? 2011, já foi tarde... Feliz Dois mil e dúzia!