quarta-feira, 9 de maio de 2012
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Saudade de mãe
Do nascimento aos 30 eu convivi com a minha mãe, ariana, thelemita e viajandona, como eu. Ela estaria fazendo 66 anos hoje e numa das últimas conversas sobre escolhas que tivemos, ela segurou minha mão e falou "ninguém precisa saber o que fazer da vida aos dezoito. Nem aos quarenta. Não assim, definitivamente... Mas a gente precisa ter lanternas, sempre. Não importa o ofício, nossa obrigação é direcionar luz pras pessoas, é salvar muita gente da escuridão dos próprios pensamentos".
Ela falava também que a moda era falar da tal da zona. Zona de c-o-n-f-o-r-t-o. Vivia incomodada porque, em situações variadas, sempre escutava alguém falar que fulano não se sente bem fora de sua zona de conforto. Ela, definitivamente, não sabia onde que fica este lugar. E eu também não tenho um local específico de conforto pras minhas emoções. Porque tanto pra ela quanto pra mim, na vida profissional e pessoal toda zona sempre foi confortabilíssima.
Maria Alice, um beijo. Pra você.
"Naquela mesa ela sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ela contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ela juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que sua filha
Eu fiquei sua fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ela
E a saudade dela tá doendo em mim"
(Sérgio Bittencourt)
Uniformidades
Todo ateu é intolerante.
Todo negro é bandido.
Todo pastor é ladrão.
Todo padre é pedófilo.
Todo religioso é alienado.
Todo rockeiro é drogado.
Todo colorido é gay.
Todo gay é promíscuo.
Todo idiota pensa assim.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Acreditar no que e em quem?
Dá quase vontade de ser louco. Ou inconsequente. Ou voltar a ser criança, analfabeta e irresponsável. Porque ser adulto e ter que enfrentar essa confusão que virou o mundo é muito, muito difícil.
Vou pular a parte das pessoas mal intencionadas, da burocracia, das injustiças. Também não vou me ater aos acontecimentos do destino que viram a vida das pessoas de pernas pro ar. Vou ficar só com a parte mais prática, aquela que faz com que a gente já não saiba mais o que pensar, fazer, em que ou em quem acreditar.
Chocolate emagrece? Essa é a notícia do dia. Como assim? Mas chocolate não engordava? Não era a primeira coisa pra cortar da dieta? Agora mudou. E tem o café, que ninguém nunca sabe se é pra tomar ou pra cortar. Claro, sempre tem o 'bom senso' o 'equilíbrio' e o 'depende'. Mas não dá pra acreditar em nada. A gente já não sabe se a notícia é patrocinada pelos fabricantes de chocolate que estão preocupados com quedas nas vendas. Ou se lançaram a nota agora porque é Páscoa e ao mesmo tempo que a indústria quer vender o povo quer comer sem culpa.
Tudo é tendencioso, tudo tem interesses por trás, tudo. É difícil a gente ouvir uma opinião sincera e desinteressada fora da nossa casa. E talvez uns dois ou três amigos. É como se todo mundo tivesse uma agenda escondida, tão escondida que nem ela mesmo sabe.
E não é só uma questão de personalidade e fé. Não é que eu estou descrente das pessoas. É que há uma crise de competência muito grande.
O motorista de táxi não sabe os caminhos, não tem GPS e não sabe onde fica o endereço. O encanador faz o serviço, mas não resolve. E enfermeira injeta o líquido errado e mata o bebê. O hospital transfere a mulher errada e a outra, homônima, morre. A jovem cai do voo duplo porque alguém não verificou direito a segurança. Alguém deixa a menina sentar numa cadeira quebrada no parque. A incompetência está em todo lugar. E às, vezes, faz vítimas fatais.
Ninguém tem paciência de ler as instruções, assistir o tutorial até o fim, prestar atenção no rótulo. Temos pressa. Queremos tudo pra agora. Já. E da mesma forma julgamos tudo e todos. No ato.
E assim aumentamos o número de erros que cometemos o tempo todo. E além de errarmos, não queremos admitir, odiamos que nos flagra no erro. E tem mais: pedir desculpas é sinônimo de humilhação. O ego não aceita.
Não estou me isentando de nada, nem me excluindo dessa massa. Estamos todos nesse angú.
Só que não está legal. Pelo menos pra mim não está bom. Me canso das intenções por trás de tudo, me irrito com as manipulações, me entristeço com a incompetência, me desestimulo com a falta de noção.
É... Já faz um tempo que eu sinto o mundo totalmente enrolado, travado e esquisito. Não é pessoal. E parece ser uma fase cósmica que nos obriga a passar por provações.
Depois, sobreviveremos.
O problema é que está no durante.
Fonte: @rosana
Vou pular a parte das pessoas mal intencionadas, da burocracia, das injustiças. Também não vou me ater aos acontecimentos do destino que viram a vida das pessoas de pernas pro ar. Vou ficar só com a parte mais prática, aquela que faz com que a gente já não saiba mais o que pensar, fazer, em que ou em quem acreditar.
Chocolate emagrece? Essa é a notícia do dia. Como assim? Mas chocolate não engordava? Não era a primeira coisa pra cortar da dieta? Agora mudou. E tem o café, que ninguém nunca sabe se é pra tomar ou pra cortar. Claro, sempre tem o 'bom senso' o 'equilíbrio' e o 'depende'. Mas não dá pra acreditar em nada. A gente já não sabe se a notícia é patrocinada pelos fabricantes de chocolate que estão preocupados com quedas nas vendas. Ou se lançaram a nota agora porque é Páscoa e ao mesmo tempo que a indústria quer vender o povo quer comer sem culpa.
Tudo é tendencioso, tudo tem interesses por trás, tudo. É difícil a gente ouvir uma opinião sincera e desinteressada fora da nossa casa. E talvez uns dois ou três amigos. É como se todo mundo tivesse uma agenda escondida, tão escondida que nem ela mesmo sabe.
E não é só uma questão de personalidade e fé. Não é que eu estou descrente das pessoas. É que há uma crise de competência muito grande.
O motorista de táxi não sabe os caminhos, não tem GPS e não sabe onde fica o endereço. O encanador faz o serviço, mas não resolve. E enfermeira injeta o líquido errado e mata o bebê. O hospital transfere a mulher errada e a outra, homônima, morre. A jovem cai do voo duplo porque alguém não verificou direito a segurança. Alguém deixa a menina sentar numa cadeira quebrada no parque. A incompetência está em todo lugar. E às, vezes, faz vítimas fatais.
Ninguém tem paciência de ler as instruções, assistir o tutorial até o fim, prestar atenção no rótulo. Temos pressa. Queremos tudo pra agora. Já. E da mesma forma julgamos tudo e todos. No ato.
E assim aumentamos o número de erros que cometemos o tempo todo. E além de errarmos, não queremos admitir, odiamos que nos flagra no erro. E tem mais: pedir desculpas é sinônimo de humilhação. O ego não aceita.
Não estou me isentando de nada, nem me excluindo dessa massa. Estamos todos nesse angú.
Só que não está legal. Pelo menos pra mim não está bom. Me canso das intenções por trás de tudo, me irrito com as manipulações, me entristeço com a incompetência, me desestimulo com a falta de noção.
É... Já faz um tempo que eu sinto o mundo totalmente enrolado, travado e esquisito. Não é pessoal. E parece ser uma fase cósmica que nos obriga a passar por provações.
Depois, sobreviveremos.
O problema é que está no durante.
Fonte: @rosana
segunda-feira, 5 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
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