quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dessa vez a telinha acertou

Para começar, nem é preciso lembrar que um programa com Andrea Beltrão e Fernanda Torres nos principais papéis já leva uma grande vantagem.

Dito isso, falta ressalvar: “Tapas & beijos” não se limita ao talento das duas e vai ainda muito mais além.

No bairro que é cartão-postal do Rio de Janeiro mundo afora, as personagens buscam o riso através de suas desventuras amorosas: a primeira chegou a se casar na igreja, mas foi abandonada de cara pelo marido, mestre-salas vivido pelo ator Érico Brás, que volta, na história, após cinco anos de ausência; a segunda é amante de Armane (Vladimir Brichta), homem casado e dono de uma importadora no bairro. O Armane é o playboy de Copacabana, um muambeiro, que vive de enrolar a Fátima eternamente. Ela se refere à mulher dele como uma encostada, pois, diferentemente dela, é independente financeiramente. E a melhor sacada é que não há risco de o público feminino rejeitá-la no papel da amante, solidarizando-se com a mulher (que não aparecerá na trama): No fundo ela respeita a esposa dele, sabe qual é o seu papel na história. Por acaso tem uma outra na história que impede que eles durmam juntos. São inflexões que não chegam a atravessar a linha da corrupção. Servem para que todos convivam dentro da harmonia possível.

Portanto, “Tapas & beijos” também acerta driblando as lições de moral (coisa de que “A grande família”, por exemplo, não pretende escapar). Dessa vez a globo acertou na mão. Surpreendeu e adorei.


Nenhum comentário:

Postar um comentário