sexta-feira, 13 de maio de 2011

Uma pessoa opina e todo mundo paga por isso?

Se você é contra a violência, você é contra a violência. Ou seja, para defender a sua ideia de ser contra a violência, você não pode ser violento. É o mínimo que se espera. Que a pessoa que prega a paz não MATE em nome da paz.

Se você é uma pessoa saudável e ética que é contra o preconceito, você não pode ser preconceituoso. Certo?
Em tese, certo. Mas não é o que acontece, não é MESMO.
As pessoas não são capazes de ver o próprio preconceito. Só conseguem enxergar o preconceito no outro. E, as que são contra as 'generalizações' são as primeiras a generalizar.

Veja este caso:
(1) UMA pessoa, sim, UMA ÚNICA pessoa, que tem nome, idade e profissão citados nesta matéria, teria dito ao repórter : 'gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada..."


(2) UMA pessoa teria usado essa expressão realmente estranha e infeliz 'uma gente diferenciada' para falar de mendigos e drogados que ficam ao redor de uma estação de metrô, na opinião DELA. A matéria deu destaque, 'aspas' para essa fala. E esse termo deflagrou TUDO.


(3) Por causa dessas 'aspas' e desse termo dito por UMA pessoa, repito, todo mundo que mora em Higienópolis foi tachado de elitista, filho da puta, escroto e daí para baixo, uma coisa tão SENSATA quanto dizer que todo mundo que mora em Pelotas é viado, toda loira é burra, todo corintiano é ladrão, todo baiano é preguiçoso, afirmações conhecidas e ABSURDAS que se perpetuam pelo preconceito.


(4) Alguém foi pesquisar sobre a associação? Alguém foi pesquisar se o metrô deve ou não ser naquele lugar? Não, claro que não. Só o que aconteceu foi uma luta de classes no twitter. Todo mundo xingando qualquer um. E, claro, passando pelo conceito de 'judeu rico filho da puta'. Eu sabia que ia acabar nisso.


(5) As pessoas se 'apegam' a UMA PALAVRA, uma expressão, para botar seus bichos pra fora. Eu não sou contra o metrô, eu não sou da associação, eu não assinei o abaixo-assinado. Eu não concordo com essa mulher. Se eu morasse em Higienópolis eu teria que ser xingada? Será que todos os moradores de Higienópolis pensam igual?


É muito fácil estigmatizar todo mundo sem entender nada. Mas é assim que começa o preconceito, que vira ódio. Se você quer mesmo, de verdade, um mundo mais justo, comece não sendo injusto com quem não merece.

É um começo.


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