quinta-feira, 2 de junho de 2011

Enxergando a totalidade

Quando saímos da invisibilidade corporativa toda a nossa existência ganha uma relevância antes ignorada. É provável que quando “assistente jr” você use aquele velho paletó que foi do avô, e que certamente era motivo de piada, até que um dia, sênior na vida, o casaquinho seja chamado de "vintage". Da breguice ao charme. Dudus viram Eduardos e Cidas viram d. Aparecida. Tudo na empresa depende do apelido ou do nome... Pobre é burro. Rico é excêntrico.
 
Uma vez eu ouvi um personagem num filme dizendo que você pode ser um ótimo engenheiro, fazer mil pontes, construir mil prédios. Mas se UM dia você tiver UM caso homossexual, as pessoas vão esquecer toda a sua obra, apontar pra você na rua e dizer:

- Olha lá o engenheiro gay.

Adapto o texto para este caso. Gente, é o Chico Buarque. O cara é um compositor absolutamente genial. Porém, para toda uma geração que não o conhece ou não sabe admirar sua poética, ele será o 'tiozão da pancinha de respeito'.

Sem contar que ele tem quase 70 anos, dá licença de ter uma pancinha, seja ela de respeito ou sospechosa.
 

Mas olha, a culpa é nossa, viu? Assim como somos nós que votamos em gente estúpida, somos nós os estúpidos que damos audiência pra coisas totalmente sem nexo. E não falo de UM site ou quadro de TV, mas de todo um mercado de programas, sites, revistas que se vêem obrigados a preencher espaços. 

Em dias de pouca notícia, saem essas aberrações.

Penso que é preciso tomar cuidado ao rotular pessoas e situações. Evitar ser uma pessoa negativa...
 
Por que os maus prosperam?
Como é possível que pessoas negativas saiam por cima? 

A resposta é que não enxergamos a totalidade. 
Só vemos o aqui e agora. 
Na eletricidade, quando se unem os pólos positivo e negativo de uma lâmpada sem a resistência, ocorre um curto-circuito. 
No curto-circuito há um grande clarão de luz, seguido de escuridão. 
 
Cada vez que uma pessoa age com motivação egocêntrica, faz um curto-circuito. 
O clarão de luz revelado dá a impressão que a pessoa "se deu bem". 
Mas saiba que mais cedo ou mais tarde virá o apagão. 
Este apagão pode inclusive vir em outra área da vida. 
Por exemplo, uma pessoa faz um curto-circuito na área financeira, e a queda vem na saúde.

Sendo assim, devemos sempre correr atrás de oportunidades de criar paz entre pessoas, de encontrar maneiras de encurtar as diferenças entre elas. Esquecer os nomes.

Porque enquanto uma pessoa continuar a sentir separação, todos nós continuaremos a senti-la também.

Ver a bondade essencial em cada um ajuda muito.

(adaptado de um texto da Rosana Herman)




Upgrade: A Isabela Matos me mostrou no fb um feliz comentário do próprio Chico sobre o assunto:


Video do dia: Comentários na Internet from Chico Buarque: Bastidores on Vimeo.

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