terça-feira, 7 de junho de 2011

A sombra que ilumina

"Quem não enfrenta o inferno de suas paixões, tampouco as supera. Qualquer árvore que queira tocar os céus precisa ter raízes tão profundas a ponto de tocar os infernos"
(Carl Gustav Jung)

Cada dia gosto mais e mais desse poeta:

Galope Rasante - Zé Ramalho


A sombra que me move
Também me ilumina
Me leve nos cabelos
Me lave na piscina
Em cada ponto claro
Cometa que cai no mar
Em cada cor diferente
Que tente me clarear
É noite que vai chegar
É claro, é de manhã
É moça e anciã
O pêlo do cavalo
O vento pela crina
O hábito no olho
Veneno lamparina
Debaixo de sete quedas
Querendo me levantar
Debaixo de teu cabelo
A fonte de se banhar
É ouro que vai pingar
Na prata do camelô
É noite do meu amor
É noite que vai chegar
É claro que é de manhã
É moça e anciã

Não, não é a sombra que ilumina, mas é preciso conhecê-la (e não negá-la) para que nos tornemos mais conscientes de nós mesmos. E quando fazemos isso, ao invés de encontrarmos (apenas) neuroses, vampiros e pesadelos, encontrarmos os nossos mais valiosos tesouros e potenciais, soterrados que foram também no abismo que somos nós.





Nenhum comentário:

Postar um comentário