segunda-feira, 4 de julho de 2011

Perdendo o senso de realidade

Hoje ouvi de uma pessoa muito especial a seguinte expressão: “estou perdendo o senso de realidade...” 

Aff... resmunguei na mesma hora: Se existe senso de realidade, tem de haver senso de possibilidade.

Não entendeu? Explico: Quem possui o senso de possibilidade não diz, por exemplo: aqui aconteceu, vai acontecer, tem de acontecer isto ou aquilo; mas inventa: aqui poderia, deveria ou teria de acontecer isto ou aquilo; e se lhe explicarmos que uma coisa é como é, ele pensa: bem, provavelmente também poderia ser de outro modo.

Assim, o senso de possibilidade pode ser definido como a capacidade de pensar tudo aquilo que também poderia ser, e não julgar que aquilo que é seja mais importante do que aquilo que não é. Pessoas com senso de possibilidade vivem, como se diz, numa teia mais sutil, feita de nevoeiro, fantasia, devaneio e condicionais. Isso não quer dizer que vivam num mundo irreal. São pessoas que possuem capacidade para realizar objetivos. E na maioria das vezes realizam. Mesmo.
Uma experiência possível, ou uma verdade possível, não são iguais à experiência real e verdade real menos o valor da realidade; ao contrário, ao menos do ponto de vista de seus seguidores, têm em si algo divino, um fogo, um vôo, um desejo de construção e uma utopia consciente, que não teme a realidade mas a trata como missão e invenção.


É a realidade que traz as possibilidades, e nada mais errado do que negar isso. Mesmo assim, no total ou na média serão sempre as mesmas possibilidades repetidas, até chegar uma pessoa para a qual uma coisa real não signifique mais do que o imaginado.


Será ela quem dará sentido e destinação às novas possibilidades, que há de provocar.

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