terça-feira, 26 de julho de 2011

Pô, Amy...


Eu gostava da Amy. Olha, o problema das drogas é mais complexo do que parece. A pessoa tem uma tendência, um desequilíbrio químico, uma condição mental. Não é simplesmente o caso de dizer "ela procurou isso" e virar as costas. Ela tinha um impulso destrutivo. Não escolhemos os talentos, nem as fraquezas e doenças. A gente tem que aprender a lidar, a controlar, a se tratar. Se tudo fosse só questão de opção, então por que comemos comida que nos faz mal? Por que tanta gente quer emagrecer e não consegue parar de ingerir gordura, açúcar, porcaria? Nunca aconteceu com você? Você decide que vai fazer uma coisa e não CONSEGUE seguir aquilo que você mesmo decidiu? É só questão de "força de vontade?" Claro que não.
Texto: @rosana


E tem mais:

Os shows eram lotados de gente péssima, pedindo pra ela beber, aplaudindo quando ela tomava um gole. E as mesmas pessoas que ESTIMULAM o doente, o viciado, a consumir o que lhe mata vão apontar dedos na cara e dizer que "foi a escolha dela". Estas coisas absurdas como "gordo é sem-vergonha porque come muito", de "homossexual que fez esta opção" (a orientação sexual não é escolha e evidentemente não é uma doença, por favor), de drogados que "escolheram esse caminho", não tem sentido. Todos temos problemas, questões, condições, tanto faz o termo. Precisamos de ajuda e tratamento quando estamos doentes. Precisamos de respeito sempre. E o primeiro passo pra respeitar o problema do outro é reconhecer o nosso. Mas, né, tem que ser muito bem resolvido pra admitir sua verdade. Eu vou lamentar a morte da Amy. Como eu lamentaria qualquer morte prematura, qualquer vida de sofrimento.
Eu era fã. Ainda sou.

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