quinta-feira, 9 de junho de 2011

Povo piada

Sempre que alguma coisa vai mal no nosso bairro, cidade ou país, falamos sobre o comportamento do nosso povo. E, nessa hora, nós olhamos o povo como se não fossemos parte dele. Na hora da crítica não somos "nós, o povo", mas eles.

Pois somos todos responsáveis, direta ou indiretamente, por boa parte da falta de educação e corrupção que contamina a política brasileira, da cueca à meia, passando pelos croissaints e brioches. Por quê? Por muitos motivos. Começando pela nossa falta de interesse e consciência. Como ouvimos falar de corrupção o tempo todo, achamos que é normal e que não vale a pena pesquisar e conhecer mais sobre determinada pessoa ou assunto. Usamos a desculpa de que “já são todos corruptos mesmo” para justificar nossa preguiça política.

O pior disso tudo é perceber que a culpa é de uma das qualidades do brasileiro: o humor. Humor é ótimo, nem precisamos discutir isso. Mas fazer humor e piada na hora errada é tão inadequado quanto usar a pá de lixo pra servir o almoço. É o mesmo que colocar sal no açucareiro.

Não tem graça votar em corrupto. Não tem graça votar em palhaço. Não tem graça votar em famoso só porque ele canta, dança, pinta, borda ou costura. Acontece que brasileiro gosta de fazer piada até nas urnas. E vota também porque acha "engraçado" ver a pessoa em Brasília.

Eu realmente torço para que a transparência, a banda larga para todos, o Brasil todo conectado na rede, possa ajudar a conduzir um país menos corrompido. 



Menos. Porque a corrupção sempre vai existir em alguma proporção, já que a falta de ética e caráter existe e sempre existirá. 

Um comentário:

  1. Egoísmo até mesmo na hora das atitudes coletivas, já que a minha pergunta inicial foi "o que "eu" poderia fazer...".

    Ah, não vamos reformar a casa toda e dormir com os cães durante o processo, por enquanto peço apenas que usem fones de ouvido... ops, estarei sendo egoista com a diversão do próximo agora?!

    Vamos todos nos individualizar em nome do respeito ao próximo e então em respeito ao próximo não corromper? Porque ajudar quem não conheço, quem viaja, almoça, sozinho numa mesa para quatro enquanto estou sozinho em outra mesa para quantro pessoas?

    Para convencer alguém a agir contra a corrupção eu gostaria de convencer a mim mesmo primeiro, mas parece tão mais fácil se mudar para um pequeno país europeu quando lembro que hoje, depois da janta, entro no transporte coletivo de música alta e ergonomia desconfortável.

    Quase na hora do almoço, vou para outra postagem para não perder a fome.

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